Kiev reforça tropas em Avdiivka. EUA avisam que cidade "corre risco de cair" para os russos

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Serhii Nuzhnenko - Reuters

O exército ucraniano anunciou esta sexta-feira que está a reforçar as suas tropas na cidade de Avdiivka, no leste do país, que está a ser palco de violentos combates e onde as tropas russas avançaram nos últimos dias. Os EUA alertaram que Avdiivka "corre o risco de cair sob o controlo russo".

A cidade ucraniana Avdiivka, situada no leste do país, está a ser alvo de fortes ataques por parte da Rússia, que fez grandes avanços militares nos últimos dias naquela região.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, alertou que esta cidade “corre o risco de cair sob o controlo russo” porque as forças ucranianas “estão a ficar sem munições de artilharia”.

"As forças russas estão agora a chegar às trincheiras ucranianas em Avdiivka e estão a começar a dominar as defesas ucranianas", disse Kirby. "E porque o Congresso ainda não aprovou a lei suplementar, não fomos capazes de fornecer à Ucrânia as munições de que necessita desesperadamente para interromper estes ataques russos”, explicou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu fazer tudo para “salvar o maior número possível de vidas ucranianas”. Avdiivka é uma cidade de importância considerada estratégica, dado que é vista como uma porta de entrada para a vizinha Donetsk, capital regional ucraniana tomada por combatentes apoiados pela Rússia em 2014 e posteriormente anexada ilegitimamente por Moscovo.

O exército ucraniano anunciou esta sexta-feira que está a reforçar as suas tropas que se mantêm “firmes” na cidade de Avdiivka.

“De acordo com a decisão tomada, o reforço planeado de unidades está em curso e as tropas estão a manobrar em eixos ameaçados”, anunciou o exército ucraniano nas redes sociais, garantindo que a defesa ucraniana “continua a repelir o inimigo que tenta cercar Avdiivka e os soldados ucranianos resistem”.

O general ucraniano que controla aquela área confirmou que a cidade está a ser palco de “combates ferozes”, mas garantiu que as suas tropas “estão a utilizar todas as forças e meios disponíveis para conter o inimigo”.

Oleksandr Tarnavsky indicou também que as forças ucranianas estão a estabelecer novas posições defensivas em torno de Avdiivka, sinalizando uma possível retirada face às vagas de ataques russos que se intensificaram desde outubro do ano passado.

“Foram estabelecidas novas posições e continuam a ser instaladas poderosas fortificações, tendo em conta todos os cenários possíveis”, disse o comandante.
“Armados apenas com espingardas de assalto”
Em declarações à BBC, alguns soldados ucranianos admitiram estar “irritados” porque não têm munições suficientes para responder à agressão russa.

"Atualmente temos dois projéteis, mas não temos cargas [explosivas] para eles. Então não podemos dispará-los. A partir de agora, ficamos sem projéteis", disse Oleksii, da 110ª Brigada Mecanizada da Ucrânia na área de Avdiivka.

“Sentimos uma enorme responsabilidade pelos nossos homens que estão a lutar agora na cidade, armados apenas com espingardas de assalto”, disse Oleksii.

No início desta semana, o Senado dos EUA aprovou um pacote de assistência militar de 95,34 mil milhões de dólares, dos quais 60 mil milhões são destinados à Ucrânia. A aprovação aconteceu após meses de disputas políticas, mas o envio desta ajuda a Kiev ainda não é certo, uma vez que o pacote ainda corre o risco de ser bloqueado na Câmara dos Representantes, de maioria republicana.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou na quinta-feira que este impasse na aprovação da ajuda militar à Ucrânia por parte dos EUA já está a ter impacto no campo de batalha.

Por outro lado, no início de fevereiro, a União Europeia chegou a acordo sobre a ajuda de 50 mil milhões de euros à Ucrânia – um pacote que estava bloqueado devido à falta de luz verde por parte da Hungria.

Esta quinta-feira, Portugal anunciou que vai avançar com mais um milhão de euros para a compra de munições para a Ucrânia. O anúncio foi feito pela ministra da Defesa, em Bruxelas, na reunião da NATO.

c/ agências

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