Lagarde alerta para "regras orçamentais que têm de ser respeitadas na UE"

2 dias atrás 29

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu hoje, em Sintra, que existe uma preocupação com as "regras orçamentais que têm de ser respeitadas" na União Europeia (UE)

Lagarde sinalizou, no Fórum BCE, a decorrer em Sintra, que a política orçamental é importante, nomeadamente agora que já se concretizou a reforma do quadro orçamental "dentro do qual os Estados-membros têm de operar e controlar a direção da dívida e garantir que se mantém sustentável".

Têm de fazê-lo "com flexibilidade, com suficiente foco na produtividade e no crescimento, com investimento que leve a estes dois", apontou, destacando que espera que "operando dentro do quadro orçamental europeu, os países olhem para as mudanças estruturais que têm de continuar a fazer para ter um conjunto de ferramentas" que permitam a melhoria da produtividade.

Assim, o BCE está "preocupado com as regras orçamentais que têm de ser respeitadas dentro da UE e as reformas estruturais que vão conduzir a uma melhoria de produtividade, que é a única forma da Europa manter-se forte e prosperar".

Um dos países com a situação orçamental mais preocupante é a França e ainda que a presidente do BCE tenha recusado comentar diretamente este caso específico, admitiu que estão atentos à situação.

Christine Lagarde apontou que a instituição tem de estar atenta à estabilização dos mercados financeiros e por isso também está a seguir com atenção a situação política em França.

"O BCE tem de fazer o que tem de fazer, o nosso mandato é a estabilidade dos preços e estamos atentos a isso porque é parte do nosso trabalho", disse, salientando que estas são as coisas que monitorizam.

Do lado dos EUA, o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, também presente no painel, salientou que o país "está com um défice muito elevado" e que o nível de dívida pública "não é insustentável, mas a trajetória neste momento é".

"Devia ser um foco para a frente, pensar como voltamos a ter uma trajetória sustentável" para a dívida pública, alertou o presidente da Fed.

O governador do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, também alertou para os riscos da dívida pública elevada, apontando que o custo do serviço da dívida dos EUA, União Europeia e Japão está a aumentar, sendo que tal tem um efeito no mercado.

"A dívida global é muito alta e vai começar a tirar liquidez dos mercados", apontou, destacando que os "países de baixo rendimento já estão a sentir isto".

Para o responsável, existem várias "contas para pagar no futuro", como o "custo da transição verde, o custo da fragmentação, o custo da pandemia nos países de baixo rendimento e também a energia e inovação", pelo que é importante pensar como conseguir uma "trajetória estável da dívida".

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