Lagarde: “Devemos baixar a guarda? Não!”

Christine Lagarde rejeitou hoje qualquer possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) descer as taxas de juro mais cedo do que o esperado, isto depois de a Reserva Federal norte-americana ter apontado a possibilidade de três cortes  em 2024.

“Devemos baixar a guarda? Não, definitivamente”, afirmou a líder do BCE na habitual conferência de imprensa após a decisão. A instituição deixou as taxas de juro inalteradas pela segunda reunião consecutiva. Antes, tinha aumentado para níveis recorde em 10 subidas consecutivas.

“Estamos dependentes de dados, não dependentes do tempo”, acrescentou, rejeitando avançar com datas para o arranque dos cortes.

A responsável destacou que existem três dados para os quais o BCE olha com atenção antes de tomar decisões: a previsão da inflação core, a previsão da inflação subjacente e a força de transmissão da política monetária.

Em termos de inflação core, a projeção aponta para 2,1% em 2025, com os riscos sobre a inflação a serem mais baixos, apontou.

Em termos de inflação subjacente, destacou que está a ter lugar uma “forte transmissão” com o aperto do financiamento da economia com impacto no volume de empréstimos a famílias e empresas.

Lagarde salientou que as componentes da inflação subjacente estão a declinar, à exceção da inflação doméstica, que é impactada pelos salários. “Porque é que está a resistir? Não está a recuar. Precisamos de muitos mais dados”, apontando que ao longo do primeiro semestre de 2024 vão ser divulgados dados relevantes para pintar este quadro.