Lembra-se desta bateria que quer fornecer 50 anos de energia com um carregamento?

2 horas atrás 17

Os engenheiros, bem como os consumidores, andam sempre a procurar formas de prolongar as baterias, tentando que durem o máximo de tempo possível entre carregamentos. Acha que 50 anos é tempo suficiente?

Bateria nuclear da Betavolt

Conforme lhe falámos em janeiro, num salto tecnológico impressionante, a Betavolt, uma startup sediada em Pequim, apresentou uma bateria nuclear revolucionária que afirma fornecer eletricidade ininterrupta até meio século, sem necessidade de carregamento ou manutenção.

Esta inovação pioneira anuncia uma nova era no armazenamento de energia ao conseguir a miniaturização da energia atómica, encaixando o isótopo Níquel-63 num módulo mais pequeno do que uma moeda.

A bateria nuclear da Betavolt é a primeira do seu género a nível mundial e entrou com êxito na fase de testes-piloto. Está pronta a ser produzida em massa para uma vasta gama de aplicações comerciais, incluindo smartphones e drones.

A startup prevê que as suas baterias de energia atómica Betavolt sejam uma solução para as necessidades de fornecimento de energia de longa duração em diversos cenários, como a indústria aeroespacial, equipamento de IA, dispositivos médicos, microprocessadores, sensores avançados, pequenos drones e micro-robôs.

Num comunicado de imprensa, a Betavolt manifestou a sua expetativa de que esta inovação energética pioneira reforce a posição da China, que tem procurado reforçar a sua posição na indústria tecnológica, na atual revolução tecnológica da IA.

Inovação enceta uma era no armazenamento de energia

Esta nova bateria funciona através do aproveitamento da energia gerada pelo declínio do isótopo, um conceito inicialmente explorado no século XX.

Ainda que os cientistas da União Soviética e dos Estados Unidos tenham sido pioneiros nesta tecnologia para utilização em naves espaciais, sistemas subaquáticos e estações científicas remotas, as primeiras iterações eram dispendiosas e complicadas.

Agora, a China está a avançar com um ambicioso projeto de miniaturização e comercialização de baterias nucleares como parte do seu 14.º Plano Quinquenal, destinado a fortalecer a economia do país de 2021 a 2025.

Bateria nuclear da Betavolt

A primeira bateria nuclear da Betavolt tem a capacidade de fornecer 100 microwatts de energia com uma tensão de 3V, medindo 15 milímetros cúbicos. Contudo, a empresa planeia produzir uma bateria com um watt de potência até 2025.

O seu tamanho compacto abre a porta a um vasto leque de possibilidades, incluindo telemóveis que nunca precisam de ser carregados e drones com capacidade de voo perpétuo.

Concebida em camadas, a bateria assegura segurança aos utilizadores, pois foi construída para resistir a força súbita sem se incendiar ou explodir. Demonstra, também, uma resiliência impressionante, funcionando, de forma eficiente, perante temperaturas que variam entre -60 °C e 120 °C.

Camadas da bateria nuclear da Betavolt

Uma bateria que dura "a vida toda" agrada ao planeta

A Betavolt refere que estas baterias não têm radiação externa e são adequadas para utilização em dispositivos médicos como pacemakers, corações artificiais e implantes cocleares, dispositivos eletrónicos cirurgicamente implantados que estimulam diretamente o nervo auditivo, no corpo humano.

Além disso, a startup aponta que, após o período de declínio, o isótopo dentro da bateria transforma-se num isótopo de cobre estável, que não é radioativo e não representa qualquer ameaça ou poluição para o ambiente. Esta caraterística sublinha o compromisso com a sustentabilidade e o respeito pelo ambiente.

Enquanto a China avança a passos largos em direção a uma bateria que pode durar mais de meio século, instituições de investigação nos Estados Unidos e na Europa empenham-se no desenvolvimento de tecnologias semelhantes.

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