Líbano. Intervenção terrestre de Israel condenada por ONU, EUA e UE

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Momento-Chave

Israel declara três áreas a norte como "zonas militares"

As áreas em torno das comunidades de Metula, Misgav Am e Kfar Giladi, no norte de Israel, junto à fronteira com o Líbano, foram fechadas e declaradas zonas militares, alimentando especulações quanto à iminência da anunciada invasão terrestre do Líbano por parte de Israel.

A entrada nestas zonas foi proibida pelas Forças de Defesa de Israel, que anunciaram a medida como resposta a uma "avaliação situacional".

A tensão na área tem centrado os olhares do mundo, depois do ministro de Defesa de Israel ter anunciado que a anunciada invasão terrestre do Líbano estava "para breve".

Momento-Chave

Exército libanês posiciona-se no sul

Depois das ameaças de incursão terrestre israelita, o exército do Líbano anunciou que está a reposicionar as suas tropas no sul do país.

Israel destrói lançador de mísseis junto a aeroporto de Beirute

As Forças de Defesa de Israel informaram hoje que realizaram um ataque certeiro contra as infraestruturas de lançamento de mísseis do Hezbollah nos arredores do aeroporto de Beirute.

As autoridades militares israelitas lembraram que o sistema de defesa aérea do movimento xiita libanês Hezbollah está equipado com baterias de mísseis "escondidas nas infraestruturas civis", acrescentando que estes mísseis terra-ar representam "uma ameaça ao espaço aéreo internacional" e podem atingir qualquer avião no Líbano.

"Como parte da onda de ataques generalizados no Líbano, num ataque preciso da Força Aérea, aviões de combate atacaram uma infraestrutura de lançamento de mísseis terra-ar que estava localizada perto do Aeroporto Internacional de Beirute", informou o Exército israelita.

Na campanha militar que Israel está a levar a cabo contra o Hezbollah no Líbano, a Força Aérea israelita assegurou que também destruiu dezenas de quartéis-generais, armazéns e lançadores de mísseis ar-terra, em vários campos de tiro do Hezbollah.

O Exército israelita reconheceu que estes ataques permitem à sua Força Aérea realizar "centenas de missões" com aviões de combate em todo o território libanês para "eliminar as várias ameaças" representadas pela milícia islamita, que até sexta-feira era liderada por Hasan Nasrallah, assassinado num ataque israelita a Beirute.

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 07 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

O Hezbollah confirmou no sábado a morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, horas depois de o exército israelita ter anunciado que o líder xiita pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento da sede da organização na sexta-feira, nos subúrbios sul de Beirute.

Israel já tinha matado este mês o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute.

Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes huthis do Iémen.

Momento-Chave

União Europeia considera vital evitar qualquer "intervenção militar" no Líbano

Bandeira da UE frente à sede da organziação em Bruxelas Reuters

Os representantes da diplomacia dos Estados-membros da União Europeia estiveram reunidos esta segunda-feira para debater a ameaça de conflito generalizado no Médio Oriente, com uma anunciada incursão terrestre israelita no Líbano.

Josep Borrell, responsável pela diplomacia da UE anunciou, no fim do encontro por video-conferência, que os ministros europeus apelam a uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Qualquer futura intervenção militar no Líbano iria agravar dramaticamente a situação e tem de ser evitada", considerou Borrell aos jornalistas, a partir do México.

O gabinete do secretário-geral da ONU já veio dizer que António Guterres se opõe determinantemente a "toda e qualquer invasão terrestre" do Líbano. Israel anunciou que esta nova "fase" da guerra contra a milícia xiita libanesa estará para "muito breve". As Nações Unidas anunciaram entretanto que os Capacetes Azuis, estacionados no sul do Líbano para implementar o cessar-fogo israelo-libanês em vigor desde 2006, foram forçados a interromper as suas patrulhas na área.

Perante um Israel que parece imparável na prossecução dos seus objetivos, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou à aplicação de uma resolução de 1950 para impor a paz à força.


"A Assembleia Geral das Nações Unidas deveria implementar rapidamente a autoridade para recomendar o uso da força, como fez com a resolução de 1950 Unidos para a Paz, caso o Conselho de Segurança não mostre a necessária determinação", afirmou Erdogan num conselho de ministros do seu gabinete, em Ancara.

Erdogan apelou igualmente os países muçulmanos a adotar medidas económicas, diplomáticas e políticas contra Israel, para pressionar Televive a aceitar um cessar-fogo. Se Israel não for detido, os seus ataques poderão atingi-los em breve, considerou ainda o presidente turco.

Israel avisou segunda-feira o Irão, patrocinador do "eixo de resistência" que inclui o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza e os Houthi no Iémen, que nenhum local no Médio Oriente está "para lá do seu alcance".

O Irão prometeu responder a Israel pela morte de diversos comandantes do Hezbollah em escassas duas semanas, incluindo o seu líder histórico Hassan Nasrallah. 

"Todas as possibilidades estão abertas", referiu Teerão, distanciando-se de um compromisso de ir em socorro militar do Líbano, caso Israel avance com a invasão terrestre.

O Hezbollah diz estar pronto para enfrentar as tropas israelitas.

com agências

Momento-Chave

Joe Biden apela a cessar-fogo no Médio Oriente

Joe Biden em conferência de imprensa na Casa Branca a 30 de setembro de 2024 Foto: Evelyn Hockstein - Reuters

Questionado pela imprensa sobre a anunciada ofensiva terrestre de Israel no Líbano, o presidente dos Estados Unidos afirmou esta segunda-feira ser preferível que os israelitas "parem" com a sua ofensiva.

Joe Biden deu a entender que está a par dos planos de Telavive e adiantou que ficará "mais confortável" se Israel parar.

"O cessar-fogo deve ser imediato", sublinhou.


As palavras de Biden surgem após o diário The Washington Post, que cita fontes israelitas e norte-americanas, ter indicado que os Estados Unidos assumem que Israel está a preparar uma operação militar "iminente" no terreno no sul do Líbano, que segundo Israel seria "limitada".

Segundo responsáveis norte-americanos consultados pelo jornal, Israel prepara uma incursão no terreno no sul do Líbano, algo que decorre de discussões mantidas este fim de semana na Casa Branca entre os dois governos.

As fontes adiantaram que Israel parece ter reduzido significativamente o objetivo inicial dos planos de ataque e que se concentrará na destruição dos lançadores de foguetes, arsenais e outras infraestruturas militares do grupo xiita Hezbollah, que colocam em risco as comunidades do norte de Israel, e depois se retirarão.

Fontes israelitas, por seu lado, confirmaram ao The Washington Post a intenção do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de que a incursão fosse "limitada".

"Os planos estão em linha com os norte-americanos. O entendimento é que não vamos ter outra Gaza", disse a mesma fonte.

Milhares de soldados dos EUA no Médio Oriente

Washington tem afirmado que Israel não tem partilhado informações antecipadamente sobre as suas recentes operações militares contra o Hezbollah, especialmente o ataque que vitimou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Esta segunda-feira, o Pentágono afirmou aos jornalistas que está a debater com os homólogos israelitas "o rumo a seguir". "Continuamos a conversar com eles, a tentar saber mais", afirmou a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, em conferência de imprensa.

"Continuamos o debate sobre o melhor rumo a seguir", garantiu, revelando que Israel avisou mas não coordenou com os Estados Unidos a realização de ataques contra alvos Houthi no Iémen.

Singh acrescentou que os EUA estão a enviar "alguns milhares" de soldados para o Médio Oriente para reforçar a segurança regional e, se necessário, para se prepararem para defender Israel.

O aumento da presença de soldados norte-americanos virá de vários esquadrões de caças, informou. Esta operação de reforço inclui esquadrões de caças F-15E Strike Eagle, F-16, A-10 e F-22 e o pessoal necessário para os apoiar.

Os jatos deveriam substituir os esquadrões que já lá estavam, mas, em vez disso, tanto os esquadrões existentes como os novos permanecerão no local para duplicar o poder aéreo disponível.

No domingo, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, anunciou também que iria reforçar temporariamente o grupo de ataque do porta-aviões USS Abraham Lincoln e os seus esquadrões associados na região.

Guerra ameaça alastrar

A imprensa norte-americana informou que Israel já pode ter realizado incursões terrestres "limitadas" no sul do Líbano.

O ministro da Defesa de Israel, confirmou esta segunda-feira que a próxima fase da guerra contra o Hezbollah na área "irá ter início em breve". O objetivo é garantir a missão principal de permitir o regresso da população israelita ao norte do país, de onde foi expulsa por bombardeamentos constantes oriundos do Líbano nos últimos 11 meses.

Israel atingiu o Líbano com uma vaga de bombardeamentos nas últimas duas semanas, eliminando Hassan Nasrallah e diversos comandantes do Hezbollah mas matando cerca de mil libaneses e forçando cerca de um milhão de pessoas a fugir.

Hezbollah prometeu enfrentar os soldados israelitas em caso de invasão terrestre.

Jean-Noel Barrot, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, em visita ao Líbano a defender a proposta de tréguas apresentada na semana passada pela França e pelos Estados Unidos, apelou Israel a não prosseguir com a invasão e ao Hezbollah para refrear atos que possam "levar à desestabilização da região".

Disse ainda que sentiu por parte do seu homólogo libanês disponibilidade por parte do Líbano para acordar um cessar-fogo.


Barrot acrescentou que a França irá incrementar o seu apoio ao exército libanês.

O primeiro-ministro libanês diz estar pronto para enviar o exército para junto da fronteira com Israel. A informação foi avançada pela Al Jazeera.

Berlim enviou um avião militar para trazer do Líbano pessoal diplomático e familiares, bem como cidadãos alemães que viviam no Líbano e estavam debilitados em termos de saúde.

com Lusa

Síria pede na ONU fim da "agressão israelita"

A Síria apelou hoje aos Estados-membros das Nações Unidas para que ponham fim à "agressão israelita" contra a Faixa de Gaza, o Líbano e a Síria, e advertiu para "consequências imprevisíveis" em todo o Médio Oriente.

O recém-nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Basam Sabagh, afirmou durante o seu discurso na 74.ª Assembleia Geral da ONU que "Israel tem de responder perante a justiça pelos seus crimes", a fim de evitar que todas as suas ações "fiquem impunes".

O governante sírio afirmou que as ações do "regime israelita e a sua extensa agressão contra países e pessoas estão a levar a região à beira do abismo".

Sabagh advertiu que a região está a caminhar para um "confronto perigoso cujas consequências podem ser catastróficas para a paz e a segurança na região".

O chefe da diplomacia síria salientou ainda que as ações de Israel contra Damasco "não podem ser separadas do papel destrutivo de alguns países ocidentais como os Estados Unidos".

Muitas destas coisas revelam a verdadeira natureza das políticas ocidentais, que entram em conflito com os princípios e objetivos que dão sentido à existência das Nações Unidas", sustentou.

Nas últimas semanas, as tropas israelitas bombardearam também partes da Síria, país que acolheu até agora cerca de 100.000 pessoas deslocadas do território libanês devido à última escalada de ataques israelitas.

Momento-Chave

Benjamin Netanyahu promete paz aos iranianos sem líderes religiosos

Foto: Stephani Spindel - EPA

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, dirigiu-se esta segunda-feira "diretamente e sem intermediários" ao povo do Irão, prometendo paz entre os dois povos assim que se libertem dos líderes religiosos iranianos.

O primeiro-ministro israelita diz que essa mudança irá acontecer mais cedo do que se pensa.

"Os tiranos iranianos não se importam com o vosso futuro, mas vocês sim", afirmou, tentando capitalizar na resistência iraniana a diversas imposições religiosas.

"Quando o Irão for finalmente livre e esse momento irá chegar muito mais rapidamente do que as pessoas pensam, tudo será diferente", acrescentou, sem dar detalhes.

"Os nossos povos antigos, o povo judeu e o povo persa, ficarão finalmente em paz", prometeu o líder israelita.

Benjamin Netanyahu acrescentou que não há "nenhum lugar no Médio Oriente" que não possa ser alcançado por Israel.
"Todos os dias, este regime mergulha a nossa região cada vez mais na escuridão e na guerra%u201D, afirmou, apontando o dedo à liderança religiosa de Teerão.
Mas, %u201Ctodos os dias, os seus fantoches são eliminados. Perguntem a Mohammed Deif", acrescentou o primeiro-ministro israelita, referindo-se ao chefe do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas que Israel garante ter assassinado em julho.

As declarações de Netanyahu foram feitas horas depois de o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano assegurar que o seu país não tinha qualquer intenção de enviar combatentes para o Líbano e para Gaza, para enfrentar Israel.

"Os governos do Líbano e da Palestina têm capacidade e poder para enfrentar a agressão do regime sionista, e não há necessidade de enviar forças auxiliares ou voluntários iranianos", disse o porta-voz, Nasser Kanani, durante uma conferência de imprensa.

Ao início do dia, o Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, visitou a sede do Hezbollah em Teerão para prestar homenagem a Hassan Nasrallah, o líder do movimento xiita libanês eliminado nos últimos dias.

com Lusa

Momento-Chave

Ataques do Hezbollah vão levar Israel a invadir o território libanês, diz especialista

Foto: Amir Cohen - Reuters

O Major-General João Vieira Borges acredita que pode ir mesmo em frente a incursão terrestre israelita no Líbano.

O coordenador do Observatório de Segurança e Defesa da SEDES diz que os ataques do Hezbollah vão levar Israel a invadir o território libanês.

O Major-General João Vieira Borges espera que não haja tantas vítimas civis se houver uma incursão terrestre já que o território tem especificidades diferentes da Faixa de Gaza.

Comissão Europeia anuncia ajuda humanitária adicional de 10 milhões de euros ao Líbano

A Comissão Europeia anunciou hoje uma ajuda humanitária adicional de 10 milhões de euros para a população do Líbano, afetada pelos intensos bombardeamentos israelitas contra o grupo xiita Hezbollah, que já provocaram cerca de um milhão de deslocados internos.

Este financiamento de emergência eleva a ajuda humanitária europeia ao Líbano para 74 milhões de euros este ano, e visa responder às necessidades mais urgentes, como proteção, assistência alimentar, alojamento e cuidados de saúde da população, informou o executivo comunitário, num comunicado.

"À medida que as hostilidades aumentam rapidamente, a população do Líbano está a ser sujeita a violência extrema e civis inocentes estão a pagar o preço nos confrontos entre o Hezbollah e Israel", lamentou o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, citado pela agência espanhola EFE.

O político esloveno observou que com esta nova dotação de 10 milhões de euros a União Europeia (UE) pretende estabelecer "imediatamente uma tábua de salvação para as pessoas no Líbano, tanto nacionais como refugiados, afetadas pelo aumento das hostilidades".

"Neste momento, mais do que nunca, todas as partes devem respeitar o Direito Internacional Humanitário", apelou Lenarcic, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter).

A UE está disposta a prestar mais apoio, mobilizando todos os instrumentos de resposta a emergências disponíveis, incluindo a utilização do Mecanismo de Proteção Civil, observou a Comissão Europeia, no mesmo comunicado.

O Líbano contabiliza neste momento cerca de um milhão de deslocados internos em apenas uma semana de intensos bombardeamentos israelitas contra os bastiões do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, "a maior" vaga da história do pequeno país mediterrânico, afirmou hoje o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.

Israel prossegue com a sua campanha aérea contra o sul do Líbano, o leste do Vale do Bekaa e os subúrbios do sul de Beirute, enquanto centenas de abrigos para deslocados atingiram a capacidade máxima, no meio de relatos de ajuda insuficiente às famílias em fuga.

De acordo com o mais recente relatório de situação publicado hoje pela presidência do Conselho de Ministros, 116.100 deslocados internos estão alojados em 777 centros e escolas autorizados pelas autoridades, dos quais mais de 500 atingiram a sua capacidade máxima.

A população do Líbano, incluindo os refugiados, já enfrentava elevados níveis de pobreza e insegurança alimentar e tinha um acesso limitado aos serviços, segundo realçou a nota informativa do executivo comunitário.

Estima-se que quase dois milhões de refugiados libaneses e sírios sofram de insegurança alimentar e teme-se que este número aumente ainda mais devido à escalada de violência.

Desde 2011, a UE atribuiu mais de 941 milhões de euros em ajuda humanitária para responder às necessidades urgentes da população, tanto libanesa como refugiada.

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

Momento-Chave

100 mil pessoas fugiram do Líbano para a Síria

Cerca de 100 mil cidadãos libaneses e sírios deixaram o Líbano em direção à Síria desde o agravamento da situação militar entre Israel e o Hezbollah anunciou hoje a Agência da ONU para os Refugiados. 

"Estima-se que 100 mil pessoas (libaneses e sírios) tenham atravessado o Líbano em direção à Síria desde o início do agravamento das hostilidades no Líbano. Estima-se que cerca de 60% sejam sírios e 40% libaneses", afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"O fluxo de saída continua. O ACNUR está presente em quatro pontos de passagem, juntamente com as autoridades locais e o Crescente Vermelho Sírio, para apoiar os recém-chegados", disse Filippo Grandi, das Nações Unidas, nas redes sociais. 

De acordo com o ACNUR, entre os recém-chegados, destaca-se a presença de crianças pequenas, uma vez que "cerca de 60% dos que atravessaram a fronteira tinham menos de 18 anos de idade".

"O afluxo de retornados sírios e de refugiados libaneses que se verificou ao longo de sábado, na sequência das hostilidades no Líbano, prosseguiu no domingo, de forma mais visível no posto fronteiriço de Jdeidet Jabous", segundo o relatório da agência sobre a atual situação.

O documento acrescenta que se registaram "muitas emergências médicas, resultantes sobretudo da exaustão e da desidratação".

O ACNUR também afirmou que a isenção anunciada no domingo pelo governo sírio da taxa de 100 dólares norte-americanos exigida a cada sírio para entrar na Síria "trouxe alívio" a quem está em fuga. 

O ACNUR está a aumentar a assistência aos recém-chegados, distribuindo artigos de emergência, alimentos e água, entre outros, aos que chegam aos postos fronteiriços.

Além disso, o ACNUR está a organizar o transporte de famílias "mais vulneráveis" (sírias e libanesas) da fronteira para os destinos finais na Síria.

No domingo, 2.500 pessoas receberam assistência para o transporte.

"Nas províncias de Homs, Hama, Tartous, Alepo e Damasco, os recém-chegados estão a ser acolhidos principalmente por familiares e comunidades. Algumas comunidades sírias locais estão também a oferecer alojamento e outras formas de assistência aos refugiados libaneses", afirmou o ACNUR.

No domingo, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que o Líbano já registou cerca de um milhão de deslocados internos em apenas uma semana de bombardeamentos israelitas contra os bastiões xiitas do Hezbollah (Partido de Deus).

Ataques aéreos israelitas perto de Beirute matam líder do Hamas no Líbano

AFP

O grupo militante palestiniano Hamas afirmou que um ataque israelita matou o seu líder no Líbano esta segunda-feira, também a Frente Popular para a Libertação da Palestina revelou que três dos seus dirigentes foram mortos num ataque a Beirute, o primeiro ataque dentro dos limites da cidade.

O Hamas afirmou que o seu líder no Líbano, Fateh Sherif Abu el-Amin, foi morto, juntamente com a sua mulher, e dois filhos, num ataque que visou a sua casa num campo de refugiados palestiniano na cidade de Tiro, no sul do Líbano, na madrugada desta segunda-feira.

Numa altura em que Israel intensifica as hostilidades contra os aliados do Irão na região, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) declarou também que três dos seus dirigentes foram mortos num ataque que teve como alvo o bairro de Kola, em Beirute.

Testemunhas afirmaram à Reuters, que o ataque atingiu o andar superior de um prédio de apartamentos.

O ataque desta segunda-feira no bairro de Kola parece ter sido o primeiro ataque dentro dos limites da cidade de Beirute. Os sírios que vivem no sul do Líbano e que fugiram dos bombardeamentos israelitas estavam há dias a dormir debaixo de uma ponte no bairro, segundo os residentes da zona.

"Mohammad Abdel-Aal (...), chefe do departamento de segurança militar, Imad Odeh, membro do (...) comando militar no Líbano, e Abdelrahmane Abdel-Aal morreram mártires após um cobarde assassínio perpetrado por um avião sionista de ocupação em Kola", um bairro predominantemente sunita de Beirute, indicou a FPLP, logo após o ataque, num comunicado divulgado no portal oficial do movimento.
A FPLP, uma organização palestiniana de esquerda, descrita como terrorista por Israel e pela União Europeia, tem apoiado as operações do movimento xiita libanês Hezbollah contra o norte de Israel, desde outubro de 2023, em solidariedade com o grupo islamita palestiniano Hamas.
Uma fonte da segurança do Líbano disse que pelo menos quatro pessoas morreram hoje num ataque de um drone israelita, uma aeronave não tripulada, que visou um edifício residencial em Beirute.

Caso se confirme a autoria do ataque, trata-se da primeira incursão israelita no centro da capital libanesa desde o ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.

Segundo a fonte, citada pela agência de notícias francesa France–Presse, o apartamento alvo do ataque pertence à Jamaa Islamiya.

Formado em 1960, este grupo islamita libanês – um ramo da organização islâmica radical Irmandade Muçulmana no Líbano - tem também apoiado as operações do Hezbollah contra o norte de Israel.
A frequência crescente dos ataques de Israel contra a milícia Hezbollah no Líbano e a milícia Houthi no Iémen provocou receios de que os combates no Médio Oriente pudessem ficar fora de controlo e atrair o Irão e os Estados Unidos, os principais aliados de Israel.
O exército israelita anunciou esta segunda-feira que aviões de combate atingiram dezenas de alvos do Hezbollah na região de Bekaa, no leste do Líbano, durante a madrugada, incluindo “dezenas de lançadores e edifícios onde as armas estavam armazenadas”.

Israel "continuará a atacar à força, a danificar e a degradar as capacidades militares e as infraestruturas do Hezbollah", acrescentaram as forças armadas, sem mencionar o ataque contra o centro de Beirute.

Os drones israelitas planaram sobre Beirute durante grande parte do domingo, com os estrondos de novos ataques aéreos a ecoar pela capital libanesa.
As famílias deslocadas passaram a noite em bancos na Baía de Zaitunay, uma zona com restaurantes e cafés na orla marítima de Beirute.

Israel prometeu manter o ataque e diz que quer tornar as áreas do norte do país novamente seguras para os residentes que foram forçados a fugir dos ataques com foguetes do Hezbollah.

Muitos dos ataques israelitas têm sido levados a cabo no sul do Líbano, onde o Hezbollah, apoiado pelo Irão, tem a maior parte das suas operações, ou nos subúrbios do sul de Beirute.

O Hamas e o Hezbollah são aliados que se consideram parte de um "Eixo de Resistência" contra Israel, apoiado pelo Irão.


No Líbano, as autoridades acrescentaram que pelo menos 105 pessoas tinham sido mortas por ataques aéreos israelitas no domingo.

Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, mais de mil libaneses foram mortos e seis mil ficaram feridos nas últimas duas semanas, sem dizer quantos eram civis. O governo disse que um milhão de pessoas - um quinto da população - fugiu de suas casas.

A intensificação dos bombardeamentos israelitas ao longo de duas semanas matou uma série de altos responsáveis do Hezbollah, incluindo o seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah.

No domingo, Israel lançou também ataques aéreos contra a milícia Houth no Iémen.

O Ministério da Saúde do Iémen, dirigido pelos Houthi, afirmou que pelo menos quatro pessoas morreram e 29 ficaram feridas em ataques aéreos no porto de Hodeidah, no país, que Israel disse serem uma resposta aos ataques de mísseis Houthi.

c/agências

Momento-Chave

Exército israelita dá sinais de uma possível invasão do Líbano

Reuters

Ganha cada vez mais força a hipótese de Israel voltar a invadir o Líbano. As forças especiais israelitas estão a conduzir operações exploratórias, no sul do Líbano, antes de uma potencial invasão terrestre.

Esta manhã, o ministro da defesa israelita, numa visita às tropas estacionadas na fronteira norte, deixou claro que a invasão deverá mesmo acontecer em breve.
O vice-líder do movimento pró-iraniano Hezbollah prometeu resistir aos ataques israelitas.

Naim Qassem diz que o grupo está pronto para enfrentar o "inimigo", se este entrar no país "por terra".

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