Liberais querem mudar programa para retirar riscos e pôr novos temas

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No último dia da VIII Convenção Nacional da IL, em Santa Maria da Feira, Bernardo Blanco fez, em nome da Comissão da Executiva, uma apresentação da proposta de novo programa político, que nunca foi mudado desde a fundação do partido, e que será votado no final da discussão, pedindo um debate "de boa-fé e acima de intrigas".

O deputado liberal assinalou os motivos para mudar este documento e sintetizou as suas principais alterações, considerando que este é "a base ideológica e o pensamento político" da IL e corporiza aquilo em que o partido acredita, mas sem ser "panfletário ou um programa eleitoral".

Referindo que o atual documento tem "posições demasiado eleitorais e detalhadas" e "posições contraditórias" com aquelas que a IL tem vindo a defender, Bernardo Blanco afirmou que era preciso eliminar "alguns riscos políticos" e mostrar que o partido evoluiu.

Sobre aquilo que mudou nesta nova proposta -- que assegurou ter sido "o processo mais participado da história da IL" -- Blanco detalhou que foram retiradas "posições mais problemáticas" e solidificado o posicionamento em temas nos quais o partido tem agora "muito mais a dizer".

"Inserimos novos temas onde o programa político atual nada diz. Poder local, sustentabilidade migrações, habitações. Muitos deles não podemos deixar que fiquem apenas para outros partidos", adiantou.

Assumindo que algumas frases "são genéricas" porque foi preciso chegar "a um consenso com centenas de contributos" recebidos, o dirigente da IL enfatizou que este programa "assume posições corajosas" que tem a certeza que "mais nenhum partido colocaria".

Entre estas ideias está, segundo Bernardo Blanco, a ideia de que IL "não se revê num Estado paternalista que force uma igualdade de resultados" ou a defesa de um "Estado enxuto, com uma Administração Pública transparente, instituições fortes, descentralizado e orçamentalmente responsável" ou ainda de uma "função pública mais pequena, eficiente e qualificada, sujeita a avaliações de mérito e adequadamente remunerada".

A IL acredita ainda que "apenas devem existir empresas públicas nos casos em que um determinado bem ou serviço não possa ser garantido por empresas privadas em ambiente competitivo" e que "quer os lucros quer os prejuízos privados não devem ser socializados".

Para o deputado da IL este é "o único partido verdadeiramente liberal em Portugal" e continua a "defender o liberalismo em toda a linha".

Segundo Bernardo Blanco, ao longo de todo o processo, que já tinha começado antes da mudança de liderança, recebeu um total de 700 contributos e "era muito difícil ser mais abrangente do que isto", incluindo até contributos de pessoas que entretanto já saíram do partido.

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