As declarações de Wilders no parlamento visaram aliviar os receios entre potenciais parceiros de coligação acerca da retórica anti-islâmica e das suas propostas, que incluem a proibição de mesquitas, escolas islâmicas e do Corão.
O líder do partido reformista Novo Contrato Social, Pieter Omtzigt, que elegeu 20 deputados em 22 de novembro, manifestou o receio de que algumas das promessas de Wilders violem a Constituição, que consagra a liberdade de religião.
"Vou mostrar aos Países Baixos, à legislatura, ao partido do senhor Omtzigt, a todos os que queiram ouvir, que vamos adaptar as nossas regras à Constituição e que as nossas propostas estão em conformidade com ela", afirmou Wilders.
As palavras de Wilders não convenceram os deputados da oposição.
Frans Timmermans, antigo comissário europeu para o clima, que lidera uma aliança de centro-esquerda no parlamento, disse a Wilders que considera as suas ideias "como uma ameaça ao Estado de Direito democrático".
O partido de Wilders obteve 37 lugares na Câmara Baixa, com 150 lugares, o que o torna o maior partido e coloca o veterano legislador anti-islâmico na linha da frente das conversações para a formação da próxima coligação governamental.
Após conversações com os líderes partidários nas últimas duas semanas, Ronald Plasterk, nomeado pelo parlamento para avaliar possíveis coligações, disse na segunda-feira que Wilders deveria abrir negociações com três partidos para formar um novo governo.
Referiu o Novo Contrato Social, o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), que era liderado pelo primeiro-ministro cessante, Mark Rutte, e o Movimento dos Cidadãos Agricultores (BBB).
Plasterk defendeu que, nas conversações, os líderes devem verificar se podem chegar a acordo "sobre uma base comum para garantir a Constituição, os direitos fundamentais e o Estado de Direito democrático".
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