Líder de seita drogava crianças e arrecadou 2 milhões com 'terapias'

8 meses atrás 89

Itziar Torrecilla Gorbea, líder da seita de Cáceres identificada pela polícia espanhola, conseguiu acumular uma fortuna de quase dois milhões de euros durante mais de duas décadas graças às atividades da seita que geriu com o seu companheiro, o psicólogo José Carlos Alvero - também detido esta semana.

Segundo o El Espanhol, essas atividades incluíam rituais que ela anunciava como sessões terapêuticas e nos quais fornecia drogas aos seus seguidores.

A mulher deu substâncias como MDMA, peiote ou ayahuasca a menores, filhos de alguns dos seus seguidores mais fiéis.

Itziar tem quase 60 anos e é jornalista de formação. Segundo o mesmo jornal, a mulher autobatizou-se de 'Maestra de Maestros'.

Em 1998, fundou uma espécie de comunidade com o seu companheiro. Desde então, e segundo a investigação, dezenas de pessoas passaram anos presas na comunidade, submetidas contra a sua vontade.

Itziar sustentou  que a homossexualidade era uma doença e prometeu curar os seus seguidores por meio do "sexo em sanatório", mas também com sessões à base de drogas e substâncias psicoativas, escreve o El Espanhol. 

Na teoria, o seu negócio era uma espécie de escola na qual eram promovidas terapias alternativas. Na realidade, como descobriu o Grupo de Seitas Destrutivas do Comissariado Geral de Informação (CGI) da Polícia Nacional, tanto ela como o seu companheiro dedicaram-se a manipular as suas vítimas, conseguindo alegadamente anular o seu testamento e fazendo com que fossem pagas quantias consideráveis ​​de dinheiro em troca de remédios incomuns sem qualquer base científica.

Isolados da sociedade, alguns dos seus seguidores terão colocado a sua saúde física e mental em risco ao abandonarem a medicina convencional e os tratamentos apoiados por evidências científicas.

Segundo a investigação, Itziar cobrava 200 euros pelas suas sessões individuais, valor que chegava a 500 euros quando eram feitas em grupo.

Assim, e com dezenas de seguidores que recorreram a si ano após ano, conseguiu acumular uma fortuna que a Polícia Nacional e a Agência Tributária estimam em pelo menos 2 milhões de euros.

A seita chegou a ter 50 seguidores, cuja vontade foi absolutamente anulada. Atualmente, cerca de 20 pessoas estariam subjugadas ao casal. 

Usavam sexo como cura

O mesmo meio, que cita a investigação, revela que a estratégia da seita estava constantemente focada no sexo como forma de poder. Os líderes da seita descreviam os pais dos seguidores como violadores, assegurando-lhes que eram responsáveis ​​pela manutenção de uma sexualidade adulterada.

Num raciocínio bizarro, aponta a Polícia Nacional, Itziar defendeu que os homens estavam apaixonados pelas suas mães e, não podendo ter relações sexuais com elas, alguns tornaram-se homossexuais.

No caso das lésbicas, o argumento era que em casa tinham ouvido muitas críticas das mães sobre os pais.

"Ela disse a um homossexual que a relação dele com as mulheres não era saudável, que ele tinha de entrar numa fase de abstinência. Depois desse período, o tratamento às vezes envolvia dormir com ela", revelam fontes da investigação.

Neste contexto de terapias de grupo, a investigação determinou que a guru, que se apresentava como uma espécie de xamã, fornecia por vezes marijuana, peiote e ayahuasca , presumivelmente para facilitar a submissão das vítimas.

A terapia consistia, então, em oferecer em alguns casos um cocktail de drogas, como MDMA ou LSD, ambas com efeitos alucinógenos. E se necessário, a sessão poderia levar a relações sexuais com um dos dirigentes com o alegado objetivo de “curar” a homossexualidade dos seguidores.

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