Lideres dos três poderes brasileiros unidos pela democracia um ano após tentativa de golpe

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Antes dos discursos no Salão Negro do Congresso em Brasília, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luis Barroso, agarraram em conjunto uma réplica da Constituição brasileira recuperada depois de ter sido depredada há um ano.

 Antes da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, cantar o hino para as principais personalidades públicas brasileiras, foi inaugurada no Salão Verde da Câmara dos Deputados uma exposição com alguns objetos como quadros, mesas, cadeiras, tapetes, ornamentos e outras esculturas  vítimas da fúria dos apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Objetos partidos, peças em falta e outras manchas testemunham os acontecimentos de há um ano.

Entre as obras que regressam ao Congresso está um ovo de avestruz doado em 2012 ao então líder da Câmara dos Deputados, Marco Maia.

Também estão em exposição os fragmentos recuperados de um vaso de porcelana dourada doado pela China em 2012 e outro doado pela Hungria um ano antes e foi também apresentada uma tapeçaria do artista e paisagista brasileiro Roberto Burle Marx, que tinha sido arrancada de uma parede do Senado, vandalizada e suja com urina.

"É chegada a hora, em 08 de janeiro de 2024, um ano após essa tragédia democrática do Brasil, de abrir o Congresso Nacional para o povo brasileiro", disse Rodrigo Pacheco,  anunciando a retirada das grades de proteção do Congresso, instaladas permanentemente há um ano, sendo amplamente aplaudido na plateia.

Antes, Rodrigo Pacheco, alinhado com Lula da Silva e Luis Barroso, frisou que este dia é um momento para reafirmar a força da democracia e o "compromisso com os valores democráticos".

"Os inimigos da democracia, que não representam a vontade popular, recorrem à desinformação, à desordem, ao vandalismo, para simular a força que não possuem. Os inimigos da democracia disseminam ódio para enganar e recrutar uma parcela da sociedade", disse.

Mais cedo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Barroso, também na  cerimónia institucional, chamada de "Democracia Inabalável", no Congresso, liderada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para assinalar um ano da tentativa de golpe de Estado, que reuniu autoridades de todos os poderes, governadores, ministros e representantes da sociedade civil, sublinhou: "não passaram e não passarão".

Referindo-se ao ataque sem precedentes às instituições democráticas brasileiras com milhares de radicais a exigirem um golpe de Estado contra um Presidente que tinha tomado posse no início do ano, Luís Barroso frisou que este ataque "não foi um ato isolado", foi sim "um ataque meticulosamente preparado".

"O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas aos seus integrantes" e de "disseminação do ódio e desinformação", afirmou o presidente do STF.

Apelidando os radicais de "aprendizes de terroristas", Luís Barroso frisou que estes não conseguiram estragar a "harmonia entre os poderes" e que "as instituições venceram".

Também Lula da Silva garantiu que todos os envolvidos neste ato devem ser "exemplarmente punidos".

"Todos aqueles que financiaram, planearam e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra o seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade", afirmou o chefe de Estado brasileiro.

No seu discurso neste evento na sede do Congresso, no qual as autoridades dos três poderes defenderam a democracia, Lula da Silva teceu ainda duros ataques ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmando que, caso os extremistas tivessem conseguido implementar o golpe de Estado, vários responsáveis do Estado "poderiam ser enforcados ou fuzilados em praça pública".

Isto "a julgar pelo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e os seus seguidores tramavam nas redes sociais", justificou, acrescentando que a sociedade brasileira conseguiu dizer "não ao fascismo".

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