"É uma clara violação do Direito internacional e prejudica as hipóteses de alcançar uma paz justa com base na solução de dois Estados", afirmou o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, de acordo com o porta-voz do organismo composto por 22 países, Gamal Rushdi.
"A resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU, de 1980, sublinha que todas as ações israelitas em Jerusalém são inválidas e devem ser anuladas, e apela aos países para que se abstenham de transferir as suas embaixadas para Jerusalém", afirmou Rushdi num comunicado.
Javier Milei confirmou na terça-feira, à sua chegada a Israel, a sua intenção de transferir a embaixada argentina de Telavive para Jerusalém, uma medida controversa na comunidade internacional e rejeitada pelos países árabes, que insistem que a parte oriental da cidade, ocupada em 1967 pelo Estado judeu, seja a capital de um Estado palestiniano.
"O consenso internacional é firme no sentido de não reconhecer a soberania de Israel sobre a cidade, cujo futuro deve ser determinado no contexto das negociações sobre o estatuto final entre palestinianos e israelitas", disse o porta-voz.
"O estatuto político ou jurídico não pode ser imposto ou alterado de forma a antecipar o resultado das negociações", sublinhou ainda.
A Liga Árabe, de acordo com a nota informativa, considerou ainda que a intenção de Milei "representa um desvio indesejável da política tradicionalmente equilibrada do seu país em relação à questão palestiniana".
Abulgueit sublinhou igualmente que "esta abordagem reflete uma identificação com a agenda da direita israelita e um afastamento das posições dos países do Sul que defendem os direitos dos palestinianos e o valor do Direito internacional".
Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967, juntamente com o resto da Cisjordânia e Gaza, e anexou-a unilateralmente em 1980.
Leia Também: Qatar defende solução "justa" para travar escalada no Médio Oriente