Liga Europa: Qarabag-Sp. Braga, 2-3 (a.p) (crónica)

7 meses atrás 59

O Sp. Braga está fora das competições europeias. Em Baku, a equipa treinada por Artur Jorge até fez o que tinha a fazer – marcou três golos – mas sofreu dois, o último deles na compensação do prolongamento, o que permitiu ao Qarabag fazer história e estar, pela primeira vez, nos oitavos de final de uma prova da UEFA. Talvez nunca uma derrota foi tão saborosa para este clube.

É caso para dizer que um azeri nunca vem só para o Sp. Braga. Mas a eliminatória ante o Qarabag não foi só azeri. Depois de vencer em Braga, a equipa de Gurban Gurbanov foi melhor nos primeiros 45 minutos esta noite. O Sp. Braga só conseguiu crescer após o intervalo e responder com eficácia já a jogar em superioridade numérica. Roger (70m) e Álvaro Djaló (83m) arrastaram a decisão para prolongamento. Banza, de penálti (115m), ainda respondeu ao golo do ex-Moreirense e Farense Matheus Silva (102m), mas o golo do jovem Nariman Akhundzade (120+2m) fez a diferença, quando o Sp. Braga ameaçava o 4-1 e o cenário de penáltis até era o mais previsível.

O desfecho castiga um Sp. Braga que podia ter feito mais no computo geral da eliminatória. Nos 30 minutos extra, entre alguma gestão, ainda foi a tempo de responder ao primeiro golo sofrido. Mas ao segundo não. Um golo até algo incrível, com Huseynov a aproveitar a desatenção de quase toda a gente para bater rápido e lançar Akhundzade para a felicidade de uns e azeri de outros.

Qarabag-Sp. Braga: todo o filme do jogo

A missão era, à partida, difícil. O Sp. Braga nunca tinha dado a volta a uma eliminatória depois de perder a primeira mão em casa. E a desvantagem era de dois golos. A cerca de 6 mil quilómetros de casa, Artur Jorge mudou duas peças face à vitória de domingo ante o Farense: Paulo Oliveira e Victor Gómez voltaram ao onze, por troca com José Fonte e Joe Mendes.

Com João Moutinho e Zalazar no meio-campo, o Sp. Braga surgiu com Pizzi a funcionar como um terceiro médio e a surgir, por vezes, descaído na esquerda, alterando o seu posicionamento também em função de possíveis subidas de Borja. Roger aparecia à direita, com Banza e Abel Ruiz mais próximos no ataque à baliza contrária. Com esta fórmula, o início do jogo até deu bons indicadores. O Sp. Braga entrou a pressionar alto a saída de bola do Qarabag e Banza deixou um primeiro aviso, pouco ao lado (3m).

Porém, aos poucos, o Qarabag começou a ter mais bola e a mostrar-se mais confortável nessa circunstância. Zoubir e Benzia, pela esquerda, criaram várias combinações perigosas e Jankovic (grande jogo no meio) a exibir, ao lado de um combativo Júlio Romão, qualidade na distribuição de jogo.

O Sp. Braga foi deixando de circular e de tentar construir como fazia antever a fase inicial do jogo e Lunev pouco trabalho teve. A bola não chegava à sua área e o golo até esteve mais perto de surgir para o Qarabag, já perto do intervalo, mas a conclusão de Juninho passou ao lado (40m).

Parecia obrigatório mexer para a segunda parte… e assim foi. Artur Jorge tirou um apagado Pizzi e lançou Álvaro Djaló para fazer o corredor esquerdo, afirmando a equipa com dois médios, dois extremos e dois avançados.

O 0-0 foi-se mantendo e também é justo dizer-se que por culpa de Matheus. Foi lendo bem as saídas rápidas do Qarabag e fez uma enorme mancha para evitar o golo de Vesovic (52m). Pouco depois, Cher Ndour entrou para a saída de Zalazar e o jogo mudou de contexto a seguir, com Jafarguliyev a ser expulso com o segundo amarelo em quatro minutos, após falta sobre Roger (57m).

Por essa altura, o Sp. Braga já ia dando sinais de maior risco, a tentar ser mais rápido a chegar ao ataque, explorando a frescura de Álvaro Djaló. E foi já com Bruma, Rony Lopes e Vítor Carvalho em campo que a eliminatória ficou relançada, com o golo de Roger ao minuto 70, num remate ao segundo poste após cruzamento de Bruma: primeiro golo da época na equipa principal e o primeiro na Liga Europa. A sete dos 90, Álvaro Djaló fez um golaço de pé direito e atirou a eliminatória para prolongamento.

Aí, o Sp. Braga não conseguiu ter, por um lado, o rasgo ofensivo necessário. E, por outro, a calma para evitar lances como as bolas paradas, das quais surgiram os dois golos sofridos. Matheus Silva recolocou o Qarabag na frente da eliminatória após um livre de Jankovic cortado por Banza para a frente (102m). O avançado congolês ainda empatou a eliminatória com o 3-1 de penálti (115m), mas o final de jogo foi tão incrível quanto penoso para o Sp. Braga, com o golo de Akhundzade a mostrar que um azeri não veio só para uma equipa que volta ao Minho para se concentrar no que resta do campeonato.

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