Linha de alta velocidade entra (finalmente) nos carris

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A linha ferroviária de alta velocidade saiu definitivamente do papel e das discussões nos gabinetes para o terreno. A parceria público-privada para o primeiro troço (Campanhã-Oiã) já está assinada.

Comboio alta velocidade

É um projeto que já teve inúmeros avanços e recuos, mas parece ser desta que sai em definitivo do papel. É que o primeiro troço da linha de alta velocidade ferroviária, entre Campanhã (Porto) e Oiã (Oliveira do Bairro) já tem a parceria público-privada assinada, dando assim início à primeira ligação prevista no projeto, entre Porto e Lisboa.

Na apresentação desta parte do projeto, a Infraestruturas de Portugal (IP) adiantou como serão estes primeiros 71 quilómetros de linha, como a intervenção na Estação de Campanhã, a nova ponte sobre o rio Douro ou a estação subterrânea em Vila Nova de Gaia.

No caso de Campanhã, no Porto, está prevista a renovação da estação, acrescentando-lhe mais duas plataformas e um novo edifício. Já a nova ponte sobre o Douro, terá o nome de Ponte D. António Francisco dos Santos e varia um pouco do projeto inicial. Se o tabuleiro superior vai permitir a passagem dos comboios de alta velocidade, o tabuleiro inferior vai cumprir a função rodoviária que tinha sido pensada originalmente.

Campanhã

Já a nova estação em Vila Nova de Gaia é considerada como o projeto mais ambicioso de toda a linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa. Construída a 60 metros de profundidade, em Santo Ovídio, vai fazer ligação direta às linhas Amarela e Rubi do Metro do Porto.

Esta primeira parceria público-privada da linha de alta velocidade vai custar qualquer coisa como 1.978 milhões de euros, distribuídos pelos 30 anos do contrato.

Viagens mais curtas

A principal finalidade da linha de alta velocidade é reduzir o tempo de viagem entre Lisboa e Porto para cerca de uma hora e 15 minutos, um ganho substancial face às atuais três horas em comboios convencionais.

Para a posterior ligação entre Lisboa e Vigo, o objetivo é fazer o percurso em aproximadamente duas horas, reforçando as conexões transfronteiriças e a integração com a rede ferroviária de alta velocidade espanhola. E há muitos benefícios associados a este projeto:

Redução do trânsito rodoviário e das emissões de carbono: A nova linha ferroviária é parte de um esforço maior de descarbonização. Espera-se que, ao oferecer uma alternativa rápida e eficiente ao automóvel e ao avião, este projeto possa reduzir significativamente as emissões de CO₂ no setor dos transportes. Impulso económico: A linha deverá contribuir para o crescimento económico, não só através da criação de empregos diretos durante a fase de construção, mas também ao facilitar o turismo e o comércio entre as regiões envolvidas. Integração com a rede ferroviária europeia: Este projeto insere-se numa estratégia mais ampla de ligação com a rede ferroviária de alta velocidade europeia, permitindo uma melhor mobilidade e acessibilidade para cidadãos e empresas.

Embora o projeto seja ambicioso e repleto de benefícios, enfrenta também desafios. Entre eles estão a complexidade técnica da construção, o impacto ambiental local durante as fases de obra, e a necessidade de coordenação estreita com as autoridades espanholas para a fase transfronteiriça.

Adicionalmente, o investimento elevado exige uma gestão financeira cuidadosa para garantir que o projeto seja economicamente viável e que cumpra os prazos estabelecidos. Mas agora parece mesmo imparável.

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