Tal afirmação foi feita por Elegijs Paulavicius, diretor do Segundo Departamento de Investigação (AOTD) lituano, uma agência de informações do Ministério da Defesa do país.
Segundo Paulavicius, a duração real do conflito dependerá da situação na linha da frente de batalha.
O elevado preço do petróleo, a evasão às sanções internacionalmente impostas a Moscovo e os investimentos estatais permitirão ao "país agressor" prosseguir as suas ações, considerou.
"Moscovo é capaz de analisar as lições aprendidas e aumentar a sua capacidade de combate", alertou o responsável.
"A Ucrânia é a principal prioridade da Rússia neste momento. Tendo em conta os acontecimentos dos últimos anos e o apoio de atores como a Coreia do Norte, a China e o Irão, o conflito na Ucrânia vai continuar", afirmou, segundo a estação televisiva pública lituana LRT.
Além disso, os relatórios dos serviços secretos sugerem que os serviços bielorrussos aumentaram agora os seus esforços para recrutar lituanos que atravessam a fronteira entre os dois países.
Se a guerra se transformar num confronto a longo prazo, deverá ser abordada "como uma versão da Guerra Fria, em que existiu um grande movimento de forças e manobras militares em grande escala", defendeu o responsável dos serviços secretos da Lituânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia, já no seu terceiro ano, fez até agora dezenas de milhares de mortos, civis e militares, de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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