Livre propõe instituto do antigo combatente para auxiliar esta população

8 meses atrás 68

"Um instituto do antigo combatente, algo que já deveria ter uma escala maior mesmo em termos de pessoal, pode ser uma maneira de procurarmos fazer o acompanhamento nas próximas décadas destas populações na sua realidade que é multifatorial: que envolve problemas de saúde, sociais, problemas que têm a ver com a aposentadoria, problemas que têm a ver com a relação com o Estado e a burocracia", propôs hoje Rui Tavares.

O deputado único do Livre falava à agência Lusa à margem de uma visita à associação APOIAR - Associação de Apoio aos Ex-combatentes Vítimas do Stress de Guerra, em Lisboa.

"O cenário que nos foi descrito é um de muita burocracia, de muita demora na concessão de apoios, de muita complicação na definição exatamente de quem tem apoios ou não", referiu, após uma reunião de cerca de hora e meia com membros da associação.

Tavares apontou para uma "substituição geracional" nas atuais lideranças partidárias, considerado "natural e expectável que passemos a ter governos que têm pouca gente que tenha memória vivida da guerra colonial".

"Tem havido algum esforço para acompanhar os ex-combatentes e algumas medidas (...) o que não existe é uma estrutura centralizada à escala suficiente para durante as próximas décadas poder fazer o acompanhamento desta população e comunidade", acrescentou.

Além da população mais envelhecida, que participou na Guerra Colonial, Tavares disse ter ouvido por parte da associação relatos de militares com stress pós-traumático depois de terem participado em missões de paz nas quais Portugal atualmente participa.

Humberto Silva, dirigente da APOIAR, defendeu à Lusa que a instabilidade política afeta a resolução de problemas dos antigos combatentes.

"Em 50 anos de democracia tivemos à vontade 25 ministros da Defesa, e cada vez que se mudam os ministros mudam-se as políticas ou adiam-se políticas e andamos nisto há 50 anos", disse.

O responsável insistiu numa das reivindicações da associação, que é a reposição da comparticipação a 90% de medicamentos que passaram, há 13 anos, a ser comparticipados apenas em 37%, nomeadamente de âmbito psiquiátrico.

Defendem ainda uma "aceleração dos processos de deficientes das Forças Armadas que demoram muito e que voltaram a parar por falta de pessoal e estruturas para uma população que sofre de uma doença mental, parte dela sofre de pobreza".

"E mais do que atirar dinheiro para cima dos problemas é preciso ter uma estrutura que se mantenha independentemente dos políticos que passam", disse Humberto Silva.

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