Livro: “O Sonho de Ulisses. Mediterrâneo: da Guerra de Troia aos pequenos barcos de imigrantes”

8 meses atrás 67

Em “O Sonho de Ulisses”, o escritor e académico granadino José Enrique Ruiz-Domènec pinta, sobretudo, um grande fresco sobre o legado mediterrânico, misturando os grandes eventos da História com feitos individuais.

Apesar de Portugal não ser um país mediterrânico, muito do que nos caracteriza tem a ver com esse mar a que os Romanos chamavam “Mare Nostrum”. Basta pensar na nossa gastronomia, no cultivo da azeitona e uso do azeite, por exemplo.

A cultura mediterrânica, feita de muitas identidades, onde também há um Norte e um Sul, marca a História do mundo. Nas suas margens nasceram e morreram impérios, surgiram grandes religiões e mitos, feitos extraordinários e tremendas atrocidades – como, ainda hoje, transformado em leito de morte de tantas pessoas à procura de uma vida melhor na margem norte.

É imensa a nossa dívida para com a Grécia. Não só pelas artes ou a política, mas também por essas questões mais comezinhas como o sentido da vida, já que foi aí que estas questões primeiro foram colocadas.

Em “O Sonho de Ulisses. Mediterrâneo: da Guerra de Troia aos pequenos barcos de imigrantes”, editado pela Temas e Debates, com tradução de Ana Pinto Mendes, o escritor e académico granadino José Enrique Ruiz-Domènec traça a História das civilizações que surgiram nas margens deste mar e que a ele estão intrinsecamente ligadas, sejam as mais antigas, como a Grécia, Roma ou os Fenícios, a poderosa Veneza dos séculos XIII a XV, o Império Otomano, ou a chegada de Napoleão ao Egipto, a abertura do Canal do Suez (a que assistiu Eça de Queirós), a luta contra a colonização no Norte de África.

Misturando os grandes eventos da História com feitos individuais, escritores e livros, intrigas políticas e geoestratégia, “O Sonho de Ulisses” é, sobretudo, um grande fresco sobre o legado mediterrânico.

Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.

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