Lotus Evija bate 2 segundos depois de arrancar em Goodwood. O que se passou?

O Lotus Evija X tinha grandes ambições para o Goodwood Festival of Speed, sendo um dos principais candidatos ao título do mais rápido deste ano na famosa rampa do evento.

Potencial não lhe falta. Afinal o hipercarro elétrico da Lotus tem quatro motores elétricos e um total de 2039 cv de potência e 1704 Nm de binário. Além de exibir um pacote aerodinâmico de fazer inveja a qualquer protótipo de Le Mans.

Este ano já tinha conseguido até o terceiro melhor tempo de sempre no lendário Nurbürgring, mas as hipóteses de levar a coroa em Goodwood esfumaram-se ontem, 11 de julho. O Lotus Evija X sofreu um acidente na rampa de Goodwood que é já um dos mais insólitos de sempre do evento. Isto porque a sua tentativa acabou quase antes de começar:

Como pode ver no vídeo, após o sinal de partida, o Evija X arrancou envolto numa enorme nuvem de fumo — tecnicamente, não é fumo —, com os quatro pneus a patinar, mas um par de segundos depois vemos o hipercarro a virar repentinamente em direção à barreira feita de fardos de palha.

A frente do Lotus Evija X ficou destruída, assim como a hipótese de subir a rampa ficou seriamente comprometida. A Lotus tem até domingo para reparar o carro e voltar a tentar.

Para quem acompanhou a emissão em direto, um dos comentadores do evento levantou a possibilidade de ser um erro do software que controla os quatro motores elétricos — que não têm ligação física entre si —, ao tentar lidar com o enorme burnout inicial.

Ou seja, neste cenário, o software ao querer manter tudo sob controlo, pode ter conseguido evitar que uma roda continuasse a patinar, mas a outra não, fazendo com que o carro virasse repentinamente para a esquerda.

A resposta ao que se passou neste acidente do Evija X só mesmo a Lotus a pode dar. Respondendo a um pedido da Road & Track, o fabricante britânico emitiu a seguinte declaração, após uma análise formal do acidente, tanto por si como pelos responsáveis do evento:

“Foi determinado que a causa (para o acidente) deveu-se aos níveis assimétricos de aderência causados pela sobrecorreção (da direção) durante a rápida aceleração na linha de partida”.

Apesar do aparato, o piloto não sofreu, felizmente, quaisquer ferimentos.