Lucas Lopes Azinheiro campeão em Vilamoura após concluir licenciatura

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Lucas Lopes Azinheiro quer regressar ao golfe com mais frequência e nada melhor do que uma vitória para ganhar motivação. Poucos meses depois de ter-se licenciado em Solicitadoria, no ISCAL, e numa altura em que já faz o estágio para tentar aceder à Ordem da profissão, sente que, aos 21 anos, ainda tem muito para dar à modalidade que sempre abraçou. O título no 35.º Grande Troféu de Vilamoura mostra que poderá estar no bom caminho.

Durante os três anos de estudos universitários, o golfe foi posto de lado. Jogou "para aí uma vez por mês, às vezes nem isso". A pandemia da COVID19 e os seus confinamentos também não ajudou, embora, o maior feito da sua carreira tenha sido alcançado exatamente no primeiro ano da pandemia, quando sagrou-se vice-campeão nacional amador, em 2020, no Oporto Golf Cub, onde Pedro Lencart foi o campeão e Ricardo Melo Gouveia triunfou no torneio de profissionais.

Antes disso, entre muitos sucessos desportivos, os que mais se tinham destacado foram o vice-campeonato nacional de clubes ao serviço do Clube de Golfe de Vilamoura em 2018, numa prova disputada no Bom Sucesso (Óbidos), em que a equipa algarvia perdeu na final com o Club de Golf de Miramar (Vila Nova de Gaia); e ainda, o vice-campeonato nacional de pares, ao lado de Carlos Conceição, em 2019, ano em que só foram batidos por Pedro Sousa Machado e Afonso Rodrigues, num evento jogado em Miramar.

"O meu pai foi convidado para jogar o torneio e convidaram-me também. Aproveitei a oportunidade para tirar a ferrugem aos tacos. Gostava de começar a jogar mais agora", contou a Record, depois de somar 228 pancadas, 11 acima do Par, após voltas de 72, 81 e 75, respetivamente aos campos do Dom Pedro Golf Old Course, Pinhal e Victoria. Sublinhe-se o aquele arranque de prova, no Old Course, com uma volta abaixo do Par (1).

É certo que o algarvio perdeu a liderança após a desastrosa segunda volta no Dom Pedro Pinhal, mas a boa prestação no Dom Pedro Victoria (o palco do Portugal Masters), permitiu-lhe igualar o inglês Robert Barry, que assinou rondas de 76, 73 e 79.

O regulamento dita que em caso de empate seja o resultado da última volta a decidir o vencedor, pelo que, Lucas Lopes Azinheiro, com as suas 75 pancadas, fez melhor do que as 79 de Robert Barry e o título ficou para o jogador do Clube de Golfe de Vilamoura.

"Já tinha jogado este torneio várias vezes, sempre vi grandes jogadores a ganhá-lo e era algo que fascinava-me, era um sonho vencê-lo um dia. Portanto, é positivo, venci um torneio e em casa, é uma sensação incrível", disse, numa alusão ao facto de alguns dos melhores jogadores portugueses de sempre terem vencido esta prova.

O melhor exemplo, o ídolo máximo, é Ricardo Santos, que ganhou o Grande Troféu de Vilamoura em 2000, muito antes de conquistar um título do European Tour em 2012, ou de, este ano, vencer pela terceira vez o Campeonato Nacional.

Foi ainda especial ter sido um dos 289 participantes de 15 países que fizeram história, por terem sido os últimos a jogarem um torneio oficial no Dom Pedro Victoria Golf Course, a casa do Portugal Masters, o mais importante torneio de golfe português, com desenho do saudoso campeoníssimo Arnold Palmer. O campo fechou no dia 10, vai ser totalmente requalificado e só irá reabrir em fevereiro de 2025.

«Foi no Victoria que jogámos a volta decisiva e foi ela a dar-me a vitória no torneio. Ainda por cima, é a última volta que farei para sempre neste Victoria e ficarei assim com boas memórias de um campo onde vivi grandes momentos. Foi fantástico. Estamos em tempos de mudança em Vilamoura e concordo que as coisas sejam mudadas, se for para fazer melhor», afirmou o novo campeão 'gross'.

Sim, Lucas Lopes Azinheiro foi o melhor jogador do torneio, o vencedor da classificação 'gross' (contam-se as pancadas absolutas, como nos torneios de profissionais) e em Record gostamos de destacar o mérito desportivo de alto rendimento.

É, contudo, importante informar que, de acordo com o regulamento da prova, o troféu de campeão é dado ao primeiro da classificação 'net' (na qual os 'handicaps' já entram em jogo, para permitir que um jogador de qualidade inferior possa competir de igual para igual com um de nível superior).

E nessa classificação, o vencedor foi o sueco Per Nilsson, ao bater no primeiro buraco de 'play-off' o português Manuel Cândido de Oliveira. Ambos tinham empatado com 209 pancadas 'net'.

Per Nilssen, que também é sócio do Clube de Golfe de Vilamoura, pois mora no Algarve há quatro anos e meio, depois de ter-se reformado, tem 66 anos e apresentou um 'handicap' de jogo de 11.

Como se vê, é realmente o campeão do torneio, mas não foi o melhor jogador da prova. Em pancadas, Per Nilssen fez 25 acima do Par. As 11 acima do Par de Lucas Lopes Azinheiro foram mesmo o melhor resultado desta prestigiada prova.

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