Luís Montenegro acusa PS de “dar colinho” ao Chega

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07 mai, 2024 - 00:11 • Manuela Pires

O primeiro-ministro respondeu ainda ao Presidente da República sobre o “comportamento rural” dizendo que o PSD e as suas raízes social democratas são um assunto muito sério.

No jantar que assinalou o arranque das comemorações dos 50 anos do PSD, Luis Montenegro avisou que quer o partido a regressar às origens, “à social-democracia do PPD”. É por isso que o líder do partido não gostou de ouvir o Presidente da República, fundador do partido, falar no comportamento rural ou urbano.

“Mesmo que isso suscite grandes debates sobre as origens, sobre a matriz, a idiossincrasia do partido, até da liderança, eu quero dizer-vos, não é bem uma questão de ser mais urbano ou mais rural”, afirmou Luís Montenegro, numa resposta ao Presidente da República que provocou aplausos e alguns risos na assistência.

“Sinceramente, porque o assunto é sério: é uma conceção de valorizar a pessoa em toda a sua dimensão, de acreditar na igualdade de oportunidades (…) eu quero dizer que esse é o maior elogio que se pode fazer ao PPD, ao PSD e ao seu líder”, disse Luis Montenegro.

No discurso que assinala os 50 anos do PSD, mas que acontece quando passa um mês do governo da AD, Luis Montenegro acusou o PS de dar “colo” ao Chega e o partido de André Ventura de ser uma espécie de “chega-me isso” do PS.

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“Como é que um partido como o Chega andou uma campanha eleitoral inteira a dizer que era absolutamente necessário correr com os socialistas do Governo, e agora depois das eleições são uma espécie de ‘chega-me isso’ do PS?”, disse Luis Montenegro para logo em seguida acusar o PS de andar ao colo com o Chega.

“Eu não tinha um segundo de descanso, era Chega para aqui e Chega para acolá. Mas afinal o PS não se importa de dar colo, de dar colinho ao Chega e não se passa nada. O Chega é o ‘chega-me isso’ do PS, o PS dá colo ao Chega e não se passa nada” concluiu Luis Montenegro.

O primeiro-ministro garantiu que o governo vai cumprir as promessas e ao desafio deixado pelo líder da JSD, Alexandre Poço, para dar prioridade às medidas da habitação para os jovens, Montenegro assegurou que “é já a seguir”.

Mas perante as críticas sobre o processo negocial que está a decorrer com os professores, os oficiais de justiça, os policias e o sector da saúde, o primeiro-ministro diz que o processo negocial demora algum tempo e exigiu que do outro lado da mesa haja responsabilidade.

“Não vale a pena atirarem areia para os olhos de ninguém, seremos sempre equilibrados, justos e leais e negociar com toda a gente, mas queremos o mesmo espírito de lealdade do outro lado da mesa. esteja quem estiver, e se estiverem interlocutores com especial responsabilidade, a esses teremos de pedir especial responsabilidade”, avisou o primeiro ministro.

O jantar decorreu na estufa fria, e contou com os dirigentes do partido, deputados, com alguns membros do governo e militantes para além dos funcionários do PSD.

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