Luso-francesa do partido de Macron na rua pelo voto "pró-UE"

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 Faltam poucas horas para o fim da campanha das eleições europeias em França, e a luso-francesa Rosa André, candidata pelo partido do Presidente Emmanuel Macron, ainda se desdobra em contactos a favor da "democracia" e União Europeia.

O partido de Macron (Renascimento, centro-direita) e a sua coligação A Europa é Precisa está muito atrás da União Nacional (extrema-direita) nas últimas sondagens, mas Rosa André e outros militantes apostam no contacto pessoal com os eleitores, na esperança de que não se confirmem as piores expectativas para domingo.

"Eu acho que é importante dar a minha voz, porque é muito importante defender a democracia", afirmou Rosa André à Lusa, animada pela equipa "cheia de energia" que a tem acompanhado nas ações de campanha para falar individualmente com as pessoas, apelando à participação.

"As pessoas pensam que é algo distante e não estão informadas de que as eleições são este domingo [09 de junho] e só vão ter um dia para votar", disse à Lusa Rosa André, 52 anos, candidata de origem portuguesa e número 33 da lista presidencial.

Rosa André considera que "as mensagens [nas redes sociais] são por vezes enganadoras" e quando fala com as pessoas, criando uma "ligação de confiança", consegue convencê-las, já que "as 38 listas para as eleições europeias acabam por confundi-las" e assim conseguem "eliminar o ruído que não é construtivo" e tentar diminuir a abstenção, que se estima poder chegar aos 50%.

No mercado de Bel Air, em Saint-Germain-en-Laye, a cerca de 30 kms de Paris, são muitas as pessoas que vão passando, entre eles muitos imigrantes que não podem votar, mas que ainda assim são interpelados pela equipa de seis apoiantes do Renascimento.

Boubaya, de 38 anos e desempregada, acredita que "é importante votar", como declarou à Lusa, porém hesitante reconhecendo que ainda não sabe onde irá colocar o "x" no domingo.

As eleições europeias acontecem entre 06 e 09 de junho, em que a França elegerá 81 deputados dos 720 eleitos por todos os países da União Europeia. 

Esta não é a primeira vez que estes apoiantes da cabeça-de-lista do Renascimento, Valérie Hayer, vêm até este mercado, já que a equipa tem por hábito sair à rua e andar de porta a porta nas suas ações de campanha.

A candidata luso-francesa, que devido às suas parecenças com Hayer foi muitas vezes confundida pelas pessoas, foi trocando palavras com quem foi passando pelo mercado ao longo da tarde.

Nos panfletos da campanha, para além de frases como "No dia 9 de junho, precisamos da Europa", "O único voto pró-europeu útil" e "As eleições mais importantes para a França e para a sua vida quotidiana", estão também os rostos dos principais candidatos da região, entre eles Rosa André.

Para Anne, de 59 anos, é a primeira vez numa campanha política e "as pessoas são muito acolhedoras e interessadas". "Apenas uma percentagem muito pequena não está interessada ou já fez outra escolha".

Ana Maria, de 73 anos, com dupla nacionalidade brasileira e canadiana e atualmente reformada em França depois de ter vivido nos Estados Unidos, não pode votar nestas eleições, porque ainda não se nacionalizou. Mas decidiu começar a colaborar com o partido com o qual partilha ideais.

Mais do que "candidata ser interessante", foi o facto da "Europa ainda ter de resolver muitos problemas" que a levou a apoiar o Renascimento. A Europa, diz convictamente Ana Maria, não poder deixar de existir.

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