"Machadada final" na Operação Influencer e "ingenuidade" do Governo na polémica do IRS

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A Semana de Nuno Botelho

20 abr, 2024 - 09:00 • André Rodrigues

Presidente da Associação Comercial do Porto diz que os mais recentes desenvolvimentos na Operação Influencer fazem com que seja "muito difícil que isto venha a ter outro desfecho que não o arquivamento". Já sobre a polémica com a descida do IRS, Nuno Botelho fala de um erro de comunicação não intencional, mas lque revela "ingenuidade" por parte do Ministério das Finanças.

"Machadada final" na Operação Influencer e "ingenuidade" do Governo na polémica do IRS

A derrota do Ministério Público diante do Tribunal da Relação de Lisboa na Operação Influencer “terá mesmo sido a machadada final” neste caso, admite à Renascença o presidente da Associação Comercial do Porto.

No habitual comentário no programa ‘Manhã, Manhã’, Nuno Botelho considera que o que aconteceu “foi muito grave”.

A decisão da Relação de Lisboa faz com que Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária, figuras muito próximas do ex-primeiro-ministro António Costa fiquem apenas sujeitos a termo de identidade e residência.

Perante estes desenvolvimentos, o empresário e jurista diz que “muito difícil que isto venha a ter outro desfecho que não o arquivamento”.

No entanto, Nuno Botelho entende que, apesar deste caso ter ditado o fim da maioria absoluta de António Costa, “a própria operação teve vários níveis e um deles, é bom não esquecer, levou a que se encontrasse dinheiro no gabinete do chefe de gabinete do primeiro-ministro e eu acho que foi isso que espoletou a queda do Primeiro-Ministro, por pressão, eventualmente ou alegadamente do Presidente da República”.

Costa não deixou escapar esse dado e, no prefácio do livro de Eurico Brilhante Dias, o antigo primeiro-ministro escreveu que “a ocasião fez a decisão”, acusando Marcelo Rebelo de Sousa de ter encontrado na Operação Influencer o pretexto para abreviar a legislatura.

No entanto, “não é a coisa mais natural do mundo haver aquele dinheiro ali pousado e, portanto, o Presidente da República terá encontrado um motivo que degradava junto da opinião pública a imagem do Primeiro-Ministro”, à semelhança do que aconteceu noutros casos no passado.

Nuno Botelho diz ser compreensível que Costa se sinta “injustiçado”, mas entende que “foi no âmbito das suas atribuições que o Presidente da República decidiu como decidiu”.

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Caso IRS foi “erro clamoroso de comunicação, uma ingenuidade”

Também a marcar a semana, a polémica em torno da descida do IRS. Um episódio que o presidente da Associação Comercial do Porto classifica como uma “ambiguidade, um erro de comunicação clamoroso e uma ingenuidade”, que só se explica “pelo facto de o Governo estar em funções há 15 dias e, portanto, ainda não ter a máquina oleada”.

Nuno Botelho afasta qualquer intenção por parte do Executivo de enganar os portugueses: “seria uma mentira com perna muito curta e não me passa pela cabeça que tal pudesse acontecer”.

Comentando o coro generalizado de críticas por parte das oposições, o presidente da Associação Comercial do Porto constata que “este deve ser o primeiro Governo na história da democracia, apupado e maltratado” por uma notícia positiva para as famílias.

Só que “teve o condão de transformar uma coisa positiva numa coisa negativa”.

Por isso, conclui, “daqui em diante, as coisas têm de ser comunicadas de forma mais competente e de forma mais correta”.

Norte da semana

Exportações nos últimos 25 anos. “Hoje temos cerca de 50% do PIB gerado pelas exportações. Há cerca de 25 anos, este valor era de cerca de metade. Numa altura de tantas incertezas, as exportações são a solução estrutural para o nosso país acelerar um crescimento económico sustentável e absolutamente necessário”.

Desnorte da semana

Tensão Israel-Irão-Gaza. “Não traz nada de bom. A tensão Irão-Israel fez, até, esquecer o que se passa em Gaza. O Governo sinistro do Irão e o Governo autoritário de Israel têm de ter alguma calma nesta escalada de violência que a ninguém interessa. É importante que o Presidente Biden tente conter o ímpeto israelita, mas, também, do próprio Irão, que é uma potência nuclear. Não nos interessa ter estas ameaças e estas dificuldades”.

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