O Presidente francês, Emmanuel Macron, defende uma atualização dos laços económicos entre o país e a China, numa altura em que o líder chinês, Xi Jinping, é esperado em França para uma visita de Estado.
"Sejamos claros, não estou a propor que nos distanciemos da China", afirmou na entrevista. "Quer se trate do clima ou da segurança, precisamos dos chineses", frisou Macron.
Numa entrevista ao La Tribune Dimanche, o Presidente francês afirma que a Europa quer mais reciprocidade nos seus laços económicos com a China, de forma a garantir melhor a sua segurança económica.
"Estou a pedir um ‘aggiornamento [atualização]’, porque a China tem agora excesso de capacidade em muitas áreas e exporta maciçamente para a Europa", disse Macron na entrevista, utilizando a palavra italiana.
Xi deverá aterrar em França este domingo à tarde, a primeira paragem de uma viagem de cinco dias pela Europa. A visita ocorre no momento em que os laços atingem o seu ponto mais tenso em décadas, no meio de uma série de investigações da União Europeia sobre subsídios excessivos e acusações de espionagem e ciberataques patrocinados pelo Estado por parte da China.
Embora algumas fontes apontem que Macron terá apoiado uma investigação fundamental da UE sobre os veículos eléctricos chineses no final do ano passado, o presidente francês está também numa ofensiva de charme enquanto tenta atrair investimentos da segunda economia do mundo.
Depois de receber Xi num jantar no Palácio do Eliseu, em Paris, Macron levará o seu convidado chinês a uma zona dos Pirinéus onde, em criança, passou algum tempo em casa da sua avó. No ano passado, Xi convidou Macron para tomar chá na residência do governador de Guangdong, um cargo outrora ocupado pelo seu pai.
Apesar da posição dura de Macron em relação às questões económicas, o Presidente francês defende o papel da Europa como uma potência de equilíbrio que permite à China continuar a ser incluída no debate global.
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