Madeira: Cinco secretários regionais estão a ser considerados para suceder a Albuquerque

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O Expresso referiu que entre os nomes que estão a ser considerados para a sucessão de Albuquerque estão: Pedro Ramos, Rafaela Fernandes, Eduardo Jesus, Jorge Carvalho, ou Ana Sousa.

O sucessor de Miguel Albuquerque como presidente do Governo Regional da Madeira deve estar em cinco secretários regionais do atual executivo, avançou o “Expresso“.

O PSD Madeira convocou para esta segunda-feira uma reunião do Conselho Regional que tem como objetivo definir quem sucederá a Albuquerque na presidência do executivo madeirense, depois deste ter renunciado ao cargo na passada sexta-feira.

O Expresso referiu que entre os nomes que estão a ser considerados para a sucessão de Albuquerque estão: Pedro Ramos, Rafaela Fernandes, Eduardo Jesus, Jorge Carvalho, ou Ana Sousa.

Rafaela Fernandes e Ana Sousa são recentes no executivo madeirense, tendo entrando no Governo Regional da Madeira após as eleições regionais de 24 de setembro. No caso de Rafaela Fernandes saiu da administração do Serviço Regional de Saúde (SESARAM) para a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente. Já Ana Sousa é secretária regional da Inclusão e Juventude.

Pedro Ramos e Jorge Carvalho são os mais antigos enquanto que Eduardo Jesus já entrou e saiu do executivo madeirense liderado por Miguel Albuquerque. No caso de Pedro Ramos entrou no executivo em dezembro de 2016 como secretário regional da Saúde. Em outubro de 2019 passou a secretário regional da Saúde e Proteção Civil, pastas que mantém até agora. Jorge Carvalho está no executivo madeirense desde 2015, altura em que Albuquerque chegou à presidência do executivo madeirense, e é o atual secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia.

Já Eduardo Jesus esteve no executivo entre abril de 2015 e outubro de 2017 como secretário regional da Economia, Turismo e Cultura. Do executivo foi para deputado do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira. Em outubro de 2019 regressa ao executivo madeirense. Atualmente Eduardo Jesus é o secretário regional do Turismo e Cultura.

Recorde-se que o antigo deputado do PSD na Assembleia da República e também secretário regional, em governo de Albuquerque, Sérgio Marques, afirmou que Eduardo Jesus foi afastado do executivo madeirense devido ao CEO do Grupo Sousa, Luís Miguel Sousa. Eduardo Jesus disse também que foi afastado do executivo madeirense devido ao chairman do Grupo AFA, Avelino Farinha. Contudo estas alegações foram contrariadas pelos CEO dos respetivos grupos empresariais.

Albuquerque renunciou ao cargo

O atual presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, renunciou à presidência do Governo Regional da Madeira na passada sexta-feira depois da reunião da Comissão Política social-democrata madeirense.

A renúncia surgiu depois de, na passada quinta-feira, o PAN ter considerado que Albuquerque não tinha condições para se manter à frente do executivo madeirense.

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, renunciou ao cargo no passado sábado.

De lembrar que o PAN Madeira foi peça chave no último ato eleitoral na região ao estabelecer, após as eleições regionais da Madeira, realizadas em setembro 2023, ao estabelecer um acordo parlamentar com o PSD Madeira que assegurou a maioria absoluta.

Essa maioria absoluta ficou garantida com um acordo de governação entre PSD e CDS-PP e de incidência parlamentar entre PSD, CDS-PP e PAN Madeira.

Apesar do PAN Madeira ter considerado que Albuquerque não tinha condições para se manter como presidente do Governo Regional, disse estar disponível “para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar com o PSD Madeira, caso seja indigitado, e aceite, um novo titular para o cargo de presidente do Governo Regional da Madeira e estejam reunidas as condições para a estabilidade governativa na Região e para a continuação do cumprimento do acordo celebrado entre o PAN Madeira e o PSD Madeira”.

O executivo madeirense vai enfrentar duas moções de censura na Assembleia da Madeira por parte do PS e do Chega.

Efetuadas buscas no país

Na passada quarta-feira foram efetuadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que decorreram na passada quarta-feira, na Região Autónoma da Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa) e, ainda, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada, resultantes de três inquéritos do Ministério Público, relativas a investigações dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, conforme avançou a Polícia Judiciária.

A Câmara Municipal do Funchal e o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, confirmaram terem sido alvo de buscas. O Grupo AFA foi também alvo de buscas.

Albuquerque referiu que o processo em causa envolve um conjunto de obras públicas como o teleférico entre o Curral das Freiras e o Jardim da Serra, o concurso da Praia Formosa, onde está previsto a instalação de um empreendimento do Grupo Pestana, e o concurso relativo à concessão dos serviços de transportes públicos na Madeira.

No final, foram confirmadas três detenções pela Polícia Judiciária e pelo DCIAP, contudo sem revelar a identidade dos detidos. A CNN avançou que os detidos serão o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, do chairman do Grupo AFA, Avelino Farinha, e outro quadro do Grupo AFA, Caldeira Costa. Contudo, tem sido também avançado que o terceiro detido não é Caldeira Costa mas sim Custódio Correia, da Socicorreia.

A PJ esclareceu que as buscas resultaram de três inquéritos do Ministério Público, e que nesses inquéritos investigam-se factos suscetíveis de enquadrar eventuais práticas ilícitas, conexas com a adjudicação de contratos públicos de aquisição de bens e serviços, em troca de financiamento de atividade privada; suspeitas de patrocínio de atividade privada, tendo por contrapartida o apoio e intervenção na adjudicação de procedimentos concursais a sociedades comerciais determinadas; a adjudicação de contratos públicos de empreitadas de obras de construção civil, em benefício ilegítimo de concretas sociedades comerciais e em prejuízo dos restantes concorrentes, com grave deturpação das regras de contratação pública, em troca do financiamento de atividade de natureza política e de despesas pessoais”, acrescentou a PJ.

Favorecimento a grupos económicos na mira da Justiça

O DCIAP confirmou que as investigações estão ligadas a suspeitas relativas a adjudicações em concursos públicos que envolvem “várias centenas de milhões de euros”.

Estas suspeitas, diz o DCIAP, recaem sobre titulares de cargos políticos do Governo Regional da Madeira e da Câmara Municipal do Funchal suspeitando-se que “tenham favorecido indevidamente” algumas sociedades/grupos em detrimento de outras ou, em alguns casos, de que tenham “exercido influência” com esse objetivo.

Investiga-se, também, um conjunto de projetos recentemente aprovado na Região Autónoma da Madeira, ligados às áreas do imobiliário e do turismo, que envolvem contratação pública regional.

O DCIAP confirma também que existem suspeitas de pagamento, pelo Governo Regional da Madeira a uma empresa de construção e engenharia da região, de “elevados montantes”, a coberto de uma “transação judicial num processo em que foi criada a aparência de um litígio” entre as partes.

A investigação incide, de igual modo, sobre atuações que visavam condicionar/evitar a publicação de notícias prejudiciais à imagem do Governo Regional em jornais da região, em moldes que são suscetíveis de consubstanciar violação da liberdade de imprensa. Investigam-se, ainda, benefícios obtidos por titulares de cargos políticos, por causa dessas funções, que ultrapassam o socialmente aceitável”, reforça o DCIAP.

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