O representante da República na Madeira decidiu manter o atual governo regional em funções até o Presidente da República ter poder para decidir se dissolve ou não a Assembleia Legislativa Regional. "Esta é necessariamente uma decisão precária”, assumiu Ireneu Barreto, numa comunicação no Palácio de São Lourenço,, este sábado.
"Quero enfatizar que um governo de gestão toda e deve prover todos os atos de gestão, nomeadamente os exigidos para o cumprimento do PRR", afirmou Ireneu Barreto, que também quis realçar que "a qualidade de arguido não diminui a capacidade do presidente do Governo".
A crise política na Madeira começou a 24 de janeiro com uma grande operação policial, que levou a buscas em várias dependências públicas, mas também na casa pessoal de Miguel Albuquerque. O presidente do Governo regional, num primeiro momento, recusou demitir-se, mas pressionado pelo PAN - partido de que depende na Assembleia Legislativa Regional (PAN) - e, depois, pelo CDS, acabou pro apresentar a sua demissão ao representante da República.
Ireneu Barreto ainda tentou que o governo se mantivesse em plenitude de funções até à aprovação do orçamento regional (cuja discussão estava marcada para 6 a 9 deste mês), mas acabou por aceitar a demissão e, no dia 5, o governo regional entrou em gestão. No mesmo dia, Albuquerque reconhecia que a sua vida política tinha terminado.
Contudo, a decisão sobre as medidas de coação dos detidos em Lisboa acabou por dar novo alento ao PSD Madeira, que até já admite que venha a ser Albuquerque a suceder a Albuquerque.