"É normal porque somos ilhas. As ilhas têm sempre um risco superior", disse o chefe do executivo madeirense, para logo reforçar: "Nos territórios continentais, em termos de risco de pobreza, quer as ilhas italianas, quer as ilhas espanholas, têm sempre média superior a 10%".
Miguel Albuquerque, que falava aos jornalistas à margem de uma ação de campanha do PSD para as eleições antecipadas de 26 de maio na Madeira, no concelho de Santa Cruz, reagiu deste modo ao relatório "Portugal, Balanço Social 2023", apresentado hoje publicamente, que indica que o risco de pobreza no país subiu para 17% em 2023, o que fez com que mais 60 mil pessoas ficassem em risco de ficar pobres, uma realidade que afetou principalmente as mulheres.
De acordo com os dados do relatório, que inclui alguns preliminares do Inquérito aos Rendimentos e Condições de Vida (ICOR), do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativo a 2023, a taxa de risco de pobreza aumentou 0,6 pontos percentuais entre 2022 e 2023, passando de 16,4% para 17%.
"O número de pessoas em risco de pobreza aumentou 60 mil", lê-se no relatório, da responsabilidade dos investigadores Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Miguel Fonseca, da Nova School of Business & Economics.
De acordo com a análise feita, a taxa de pobreza está quase 10 pontos percentuais acima da média nacional na Madeira, a região com maior taxa de pobreza em Portugal, e nove pontos percentuais acima da nacional nos Açores.
"É o normal", considerou Miguel Albuquerque, sublinhando que os dados se referem ao risco de pobreza e não à pobreza.
"São coisas completamente diferentes", enfatizou.
Leia Também: IL quer eliminação de impostos e cedência de terrenos para fazer casas