«Mãe, onde nascem os heróis? Nos Europeus, filho»

3 meses atrás 89

«Palavras à Sorte» é a rubrica diária dos jornalistas do zerozero durante o Euro 2024. Todos os dias, na Alemanha ou na redação, escrevemos um apontamento pessoal sobre a competição e todas as sensações que ela nos suscita.

Ninguém me convence que os jogos dos europeus são jogados em lugares comuns. Não é possível. 

Quando a UEFA escolhe o país anfitrião, desconfio que estuda, com grandes equipas de cientistas ocultos, o lugar por onde vão pairar algum tipo de fenómenos naturais, algum tipo de mercúrio retrogrado, alguma magia especial no ar. 

Não pode ser normal a quantidade de jogadores que se transformam em heróis com um simples momento num jogo de futebol, e que nos gravem os seus nomes, datas de nascimento, cidade natal, clubes onde jogaram e estádio onde se estrearam na carreira, para sempre na memória. 

Porquê que eu não sei o ano de nascimento do meu avô, mas sei que o Bierhoff nasceu em 68 em Karlsruhe? 

Ou sei toda carreira de Arshavin, desde aquela noite na Suiça contra a Holanda no Euro 2008? E que no dia 2 de Julho de 2021, o Spinazzola não devia ter corrida aquela bola pela lateral, porque merecia mais do que todos jogar a final do Euro em Wembley?  

Vimos nascer assim autênticos Deuses, eternos nas nossas memórias. 

Panenka em 76, Poborsky em 86, Nuno Gomes e Trezeguet em 2000, Rooney, Milan Baro ou Charisteas (tinha que citar) em 2004, Arshavin em 2008, Éder em 2016, Spinazzola ou Bukayo Saka em 2020… e haverá mais em 2024. 

Todos estes nomes foram inspirados pelo tal fenómeno que há nos países organizadores, aquela tal magia oculta. Tem que haver alguma explicação lógica. 
Ou então é só mesmo futebol. 

Mas não me convencem disso. Assim como isto são só Palavras à Sorte. 

Ler artigo completo