Mais de 3 milhões em salários e sem obras? "Fracasso da maioria absoluta"

A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, falou aos jornalistas, esta segunda-feira, durante uma visita a Espinho, no distrito do Porto, onde foi questionada sobre a notícia avançada hoje pela CNN Portugal da existência de fundos para a habitação social e o gasto de três milhões de euros em salários – sem quaisquer obras – quando Pedro Nuno Santos era ministro.

“Como mais uma peça neste puzzle de fracasso da maioria absoluta na área da Habitação. Nós sabemos que não apenas ao longo dos últimos dois anos, mas ao longo dos últimos dois anos, os preços da habitação subiram muito. Não pararam de subir. E não pararam de subir apesar das medidas que a maioria absoluta foi apresentado”, respondeu.

Mortágua acrescentou que eram essas mesmas medidas que também “permitiram que os vistos gold fossem continuando, que as rendas continuassem a aumentar”. 

Sublinhando que 2024 regista o maior aumento de rendas dos últimos 30 anos, Mortágua defendeu que a situação só recorda que é precisa uma política diferente. 

“Para ter resultados diferentes, são precisas políticas diferentes. A política da maioria absoluta, que agravou a crise da habitação, não vai resolver a crise da habitação”, apontou, enumerando algumas das medidas propostas pelo Bloco, tais como a imposição de tectos máximos nas rendas ou a diminuição dos juros do crédito à habitação através da Caixa Geral de Depósitos.

"É possível controlar o Alojamento Local onde há pressão. É possível construir casas a custos controlados com cota de construção. É possível proibir venda de casas a não residentes em zonas onde essa procura milionária está a destruir o direito à habitação", garantiu.

Ainda confrontada sobre um possível coligação com Pedro Nuno Santos após as legislativas, Mariana Mortágua foi assertiva: "O entendimento que o Bloco de Esquerda quer fazer é para resolver o problema da habitação. Uma coisa garanto: não é um entendimento para os preços continuarem a subir", afirmou.

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