Foram realizadas 408 cirurgias de mudança de sexo através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), desde 2017, sendo que mais de metade dos utentes fez transição do sexo feminino para o masculino.
O balanço, a que o Jornal de Notícias teve acesso, surge seis anos após entrar em vigor uma alteração legislativa que permitiu a mudança de nome e de género a partir dos 16 anos e eliminou a necessidade de dois relatórios médicos para atestar a disforia de género.
De acordo com o JN, apenas dois hospitais públicos realizam este tipo de operações: O Centro Hospital e Universitário de Coimbra e o Hospital de Santo António, no Porto.
Segundo os dados divulgados, desde dia 1 de janeiro de 2017 a 31 de julho de 2024, foram realizadas 364 cirurgias de redesignação sexual no Hospital de Coimbra e, desse total, 60% dos utentes submetidos a cirurgia estavam no processo de transição do sexo feminino para o masculino.
No hospital de Santo António, no Porto, foram realizadas 44 operações desde 2022 a 28 pacientes. Nesta unidade hospitalar também se verificou que a maioria das cirurgias correspondeu à transição do sexo feminino para o masculino.
O tempo de espera para se ser submetido a este tipo de intervenção é superior a dois anos. No Hospital de Coimbra estão em lista de espera 251 utentes para cirurgia na unidade de reconstrução génito-urinária e sexual. Já no Hospital de Santo António, tem sido possível o agendamento das intervenções de forma atempada, após a avaliação em consulta, garantiu um responsável ao JN.
Para além das intervenções para redesignação sexual, as especialidades de sexologia (psiquiatria/ psicologia), endocrinologia, e cirurgia plástica são requisitadas por estes utentes.