Mais de um bilião de pessoas são obesas, revela estudo que inclui investigadores de Coimbra

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No total, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022, salientam os investigadores da Universidade de Coimbra Cristina Padez, Aristides Machado-Rodrigues e Daniela Rodrigues.

No mundo haverá 33, sugere um estudo internacional em que participam Cristina Padez, Aristides Machado-Rodrigues e Daniela Rodrigues (na foto de esq. para a dta.), investigadores do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. 

De acordo com esta investigação, publicada na revista The Lancet, estas tendências, juntamente com o declínio da prevalência de pessoas com baixo peso desde 1990, fazem da obesidade a forma mais comum de subnutrição na maioria dos países.

Segundo os coautores, a análise dos dados globais estima que entre as crianças e adolescentes do mundo, a taxa de obesidade em 2022 era quatro vezes superior à taxa de 1990. No total, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022.

“Em Portugal – referem – em 2022, a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes era de 6% nas meninas e 9% nos rapazes. Entre os adultos, a taxa de obesidade mais do que duplicou nas mulheres e quase triplicou nos homens”.

Os investigadores referem também que “entre 1990 e 2022, a proporção de crianças e adolescentes do mundo que foram afetados pelo baixo peso diminuiu cerca de um quinto nas raparigas e mais de um terço nos rapazes. Em Portugal, o valor de baixo peso/magreza foi de 1% nas meninas e 3% nos rapazes, em 2022. A proporção de adultos em todo o mundo que foram afetados pelo baixo peso baixou para mais de metade durante o mesmo período. Em Portugal, nesse mesmo ano, os valores foram de 2% nas mulheres e nos homens”.

Como explicam os investigadores de Coimbra “a obesidade e o baixo peso são formas de desnutrição e são prejudiciais à saúde das pessoas de várias maneiras. Este último estudo fornece uma imagem altamente detalhada das tendências globais em ambas as formas de desnutrição nos últimos 33 anos”.

“É muito preocupante que a epidemia de obesidade, que era evidente entre adultos em grande parte do mundo em 1990, se reflita agora em crianças e adolescentes em idade escolar. Ao mesmo tempo, centenas de milhões de pessoas ainda são afetadas pela subnutrição, especialmente em algumas das partes mais pobres do mundo. Para combater com sucesso ambas as formas de desnutrição, é vital melhorar significativamente a disponibilidade e o preço acessível de alimentos saudáveis e nutritivos”, alerta o professor Majid Ezzati, do Imperial College London, autor sénior deste artigo.

Para este estudo contribuíram mais de 1500 investigadores que analisaram medidas de peso e altura de mais de 220 milhões de pessoas com cinco anos ou mais (63 milhões de pessoas com idades entre cinco e 19 anos e 158 milhões com 20 anos ou mais), representando mais de 190 países. Os investigadores analisaram o índice de massa corporal (IMC) para compreender como a obesidade e o baixo peso mudaram em todo o mundo entre 1990 e 2022. 

Este novo estudo foi conduzido pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para além dos investigadores da Faculdade de Ciâncias e Tecnologia participaram também Anabela Mota-Pinto, Luísa Mavieira e Lélita Santos, da Faculdade de Medicina e do Centro Hospitalar de Coimbra.

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