Mais um “sobressalto” para a avó Mortágua?

7 meses atrás 61

Sei que o título é potencialmente sugestivo, resultado do furor político-mediático que produziu na última semana, mas desde já aviso que não vou alimentar mais a polémica da indisfarçável patranha da neta Mortágua.

Porém, quero especular sobre o que a avó Mortágua terá pensado das inacreditáveis declarações de Donald Trump. Confesso que me parece bem mais interessante.

O mundo recente vive agora mais conturbado com as diferentes formas de extremismos à esquerda e à direita. A verdade é que a proximidade entre os extremos é muito maior do que muitos imaginam, porque a demagogia e o populismo não têm limites temáticos ou ideológicos.

O rotulado extremista de direita, Donald Trump, afirmou que “encorajaria a Rússia a atacar aliados da NATO que pagam muito pouco”. Esta foi uma afirmação ponderada e propositadamente especulativa que gerou um escondido agrado à extrema-esquerda e que produziu um manifesto desconforto à extrema-direita.

Ora, será que a avó Mortágua ficou “sobressaltada” com estas declarações de Trump? E também, será que André Ventura subscreve as afirmações do aliado Trump que, em grande medida, colocam em risco a segurança de Portugal, uma vez que também nós somos pequenos “contribuintes” da NATO?

É evidente que as declarações de Trump agradaram, e muito, à extrema-esquerda: primeiro, porque é conhecido o espírito anti-NATO do ex-presidente americano – e um abandono da NATO pelos EUA é algo que a extrema-esquerda aplaudiria em discreto silêncio – e depois, porque significa que a NATO pode ter “os dias contados” se Trump vencer as próximas eleições americanas.

Todavia, esta declaração veio gerar um enorme embaraço à extrema-direita, porque reforça a ideia da proximidade de Trump a Putin, num contexto em que a opinião pública do mundo ocidental é apoiante convicta da Ucrânia. Assim como a afirmação de Trump denota um desprendimento em relação à NATO, que vários países e partidos de extrema-direita não subscrevem.

É bom recordar que, no ano de 2018, já o então presidente americano ameaçava o mundo da possibilidade de os EUA saírem da NATO.

O contexto internacional que vivemos e o futuro que se avizinha têm tanto de desafiante, como de assustador. Não tenhamos nenhuma dúvida, hoje, mais do que nunca, a NATO tem um papel determinante na salvaguarda da nossa segurança e defesa. Há que preservá-la!

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