Manifestantes que ocuparam mercado de Paris foram libertados

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José Pérez, da direção da estrutura sindical Coordenadora Rural, conotada com a extrema-direita, disse à estação BFM que o objetivo - neste momento - é que alguns agricultores se dirijam à Assembleia Nacional para explicar os problemas do setor aos deputados franceses.

Pérez, que fazia parte da caravana de tratores que partiu da cidade de Agen, sul de França, na passada segunda-feira para se manifestar em Paris, expressou apoio aos agricultores que estiveram detidos, argumentando que foram detidos "por razões incompreensíveis".

Hoje de manhã, foram libertados os últimos agricultores do grupo de 91 detidos que ainda estavam sob custódia policial.

Um dos manifestantes detidos na quarta-feira, Maxence Whitman, disse hoje à agência de notícias espanhola EFE que o processo contra todos eles tinha sido arquivado.

Whitman disse ainda que o objetivo das detenções era "meter medo aos agricultores" e dissuadir os restantes.

Por outro lado, lamentou que a coluna de tratores que chegou ao mercado se tivesse limitado a uma dúzia de tratores, em vez da centena de manifestantes inicialmente aguardados.

"Talvez não o devêssemos ter feito. Em todo o caso, viemos e estamos orgulhosos do que fizemos", afirmou.

A coluna de veículos agrícolas que tinha partido de Agen na segunda-feira de manhã para bloquear o mercado de Rungis foi interrompida na quarta-feira quando tentava atravessar o rio Loire, devido à ação das autoridades, que impediram a maioria dos manifestantes de continuar.

Apenas alguns tratores escaparam aos gendarmes e conseguiram chegar ao mercado de abastecimento, em cujas instalações entraram na quarta-feira, antes de serem detidos.

A porta-voz do governo, Prisca Thevenot, disse à Sud Radio que os 91 detidos "ultrapassaram uma linha vermelha" ao entrar num armazém privado em Rungis e causar danos.

Priscavenot referia-se ao aviso do ministro do Interior, Gérald Darmanin, no passado fim de semana, segundo o qual as forças da ordem autorizariam o bloqueio das autoestradas e estradas pelos agricultores se não houvesse violência, mas não autorizariam o bloqueio de Rungis, dos aeroportos de Paris ou a entrada de tratores na capital ou outras grandes cidades francesas.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores (FNSEA), sindicato dominante do setor, manteve até agora o cumprimento em relação às "linhas vermelhas" e está a organizar dezenas de bloqueios de auto estradas e estradas em toda a França, nomeadamente em oito dos principais acessos a Paris.

No entanto, a Coordination Rurale, um sindicato minoritário de agricultores que defende uma ação mais dura e que tem sido acusado de estar próximo da extrema-direita francesa, decidiu bloquear o mercado apesar dos avisos oficiais.

A polícia tinha colocado um grande contingente de segurança em torno de Rungis desde domingo, apoiada por veículos blindados, mas grupos de agricultores conseguiram infiltrar-se nas instalações.

As ações dos agricultores prosseguiram hoje em muitas zonas de França, incluindo o bloqueio de estradas e auto estradas (como várias vias das que conduzem a Paris) com "operações a 'passo de caracol'", em que os tratores circulam muito lentamente provocando atrasos no trânsito.

Um comboio de cerca de 200 tratores vindos de Perpignan bloqueou o acesso a França pela autoestrada no posto fronteiriço com Espanha em La Junquera, ao fim da manhã de hoje.

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