Manuel Monteiro quer partido "da ordem e bem comum"

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"Estávamos habituados a estar sozinhos à direita. O doutor Paulo Portas dizia «à direita do CDS, a parede». Por muito que nos custe a parede caiu. Alguma responsabilidade seguramente temos nisso, não podemos só culpar os outros. Mas o que importa agora não se saber de quem foi responsabilidade mas é saber que isso aconteceu", considerou.

Esta posição foi defendida pelo antigo presidente do CDS-PP, entre 1992 e 1998, que foi acompanhado até ao palco pelo presidente Nuno Melo e fez uma longa intervenção de cerca de 40 minutos no 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre hoje e domingo, em Viseu.

Nesta intervenção, que foi das mais aplaudidas do dia, Manuel Monteiro traçou diferenças com outros partidos à direita, como o Chega ou a IL.

Monteiro avisou que "a verdadeira direita não aceita que existam movimentos inorgânicos na polícia", nem compactua com "pessoas que ameaçam fazer greves contra a lei", mesmo defendendo as forças de segurança.

"A verdadeira direita não é uma certa direita que tem tanto de direita como eu tenho de esquerda", ironizou.

Monteiro disse entender os desiludidos e os que "votam pela negativa" mas avisou que o CDS-PP "não aceita a estigmatização de pessoas".

Se há "pessoas que recebem subsídios indevidos", esta atribuição deve ser combatida, independentemente da sua origem.

Monteiro considerou que o CDS-PP "tem que ser para o futuro o partido da ordem e do bem comum", uma vez que "sem ordem não há liberdade, sem ordem não há segurança e sem segurança e liberdade não há democracia".

Num recado aos "amigos da Iniciativa Liberal", Manuel Monteiro avisou que os centristas "preservam a autonomia pessoal de cada português mas não confundem o individualismo extremo com o bem da comunidade" e rejeitam a privatização "de tudo e mais alguma coisa".

"Defendemos a liberdade económica e de mercado mas para nós o indivíduo não é apenas um consumidor", salientou.

Apesar do surgimento de várias forças políticas à direita do CDS-PP, Manuel Monteiro mostrou-se convicto de que "nunca como agora há tanto espaço politico para a afirmação de um partido conservador democrático em Portugal".

"Não me assustam certos ventos ou pessoas que são tão corajosas na defesa dos valores, mas na campanha, quando perceberam que queriam agradar a todos, meteram esses voares na gaveta. Eles eram contra tudo, o aborto, a eutanásia, a ideologia de género. Na campanha eleitoral, caladinhos não fossem assustar a caça", apontou.

O antigo líder centrista afirmou que o CDS não tem medo de perder votos e garantiu que o partido vai reconquistar "um a um" aqueles que acreditam na liberdade e democracia "mas foram embora".

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