O Presidente da República falou, esta quarta-feira, sobre a anunciada vinda do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Portugal, informação que tinha sido avançada esta semana pela imprensa nacional, num primeiro momento, mas que foi, depois, cancelada.
Questionado pelos jornalistas sobre se ficou desiludido com o cancelamento da vinda de Zelensky a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa foi assertivo: "Não se pode falar em cancelamento, porque nunca tinha sido confirmada a vinda. Tratava-se de um a iniciativa envolvendo vários países que, aparentemente, estava em estudo, mas nunca foi confirmada".
Sublinhando que "se percebe" a razão pela qual a visita "nunca foi confirmada", o chefe de Estado relembrou o motivo: "Por razões de segurança - não tanto nos países visitados, mas, sobretudo, pela Ucrânia, que está em guerra".
Zelensky cancela visita a Portugal e Espanha
Volodymyr Zelensky deveria visitar Espanha na próxima sexta-feira, vindo de seguida a Portugal. Agora, pela segunda vez, terá cancelado a visita ao país.
Notícias ao Minuto | 19:50 - 14/05/2024
"O que me preocupa é ter a certeza de que a evolução da guerra na Ucrânia é uma evolução positiva e não negativa. Isso é que é o mais importante", considerou.
A intensificação dos ataques aconteceu a 10 de maio. O recuo do chefe de Estado Ucraniano nesta passagem pela Península Ibérica foi conhecida na terça-feira, momentos depois de o Palácio Real espanhol, onde se iria encontrar com o rei Felipe VI, ter anunciado que a sua passagem pelo país aconteceria a 17 de maio.
Recorde-se que, após saírem as primeiras notícias sobre o tema, o ministro da Defesa, Nuno Melo, indicou que a visita de Zelensky estava "a ser preparada", sem adiantar mais pormenores sobre a data ou programa da deslocação. "A visita está a ser preparada com a reserva que é suposto ter e já se verá, a muito curto trecho, como tudo acontecerá"
O Notícias ao Minuto, porém, não conseguiu confirmar a informação junto de nenhuma tutela, nem após o cancelamento, tendo sido contactados o Ministério da Defesa, o gabinete do primeiro-ministro e gabinete da presidência, todos indicando não ter informações sobre a situação.
As tropas russas cruzaram a fronteira na região de Kharkiv nos últimos dias, abrindo uma nova frente de combate e assumindo o controlo de várias localidades, à semelhança do que tinham feito nos primeiros meses da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Na segunda-feira, o comando das Forças Armadas da Ucrânia reconheceu que o Exército Russo tinha alcançado "sucessos táticos" na frente de Kharkiv, enquanto o chefe de operações militares na região foi substituído.
No mesmo dia, um ataque aéreo russo à cidade de Kharkiv provocou pelo menos 20 feridos, segundo a Procuradoria local, que deu conta em comunicado de que as vítimas também se encontram em estado de "'stress' agudo".
O Exército ucraniano anunciou terça-feira à noite que retirou forças de "certas zonas" da frente da região de Kharkiv e que a Rússia estava a ser bem sucedida nesta ofensiva.
Devido a esta situação, o chefe de Estado ucraniano ter-se-á visto a obrigado a cancelar a visita à Península Ibérica, onde deveria assinar acordos bilaterais de segurança.
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