🔴 Maria João Ruela. "Nunca contatei com os pais [das gémeas]"

1 mes atrás 48

A comissão de inquérito ao caso das gémeas ouve esta tarde a assessora para os assuntos sociais e comunidades, Maria João Ruela, sobre o caso das gémeas e a intervenção que teve no processo. A ex-jornalista diz que o filho da Presidente da República se queixou ao seu superior hierárquico, o chefe da Casa Civil, sob a sua alegada inação no caso das gémeas.

A mesma sublinhou de forma reiterada que "nunca contatei com os pais [das gémeas]".

Maria João Ruela diz que escreveu duas vezes com Nuno Rebelo de Sousa e que depois da segunda comunicação, o filho do Presidente da República deixou de contatar com ela e passou a escrever diretamente ao Chefe da Casa Civil, Fernando Frutuoso de Melo. "Lamentou ao meu chefe a minha inação porque os pais da criança ainda não tinham sido contatados", referiu.

"Escreveu um email ao meu chefe a dizer que não fiz nada", disse mais tarde, em resposta à deputada do PAN, Inês Sousa Real.

Sem contato direto com a família

A mesma responsável fez questão de afirmar que não falou com a família das gémeas. "Nunca contatei com os pais [das gémeas]", garantiu.

A assessora da Casa Civil confirma ter comunicado com filho da República, Nuno Rebelo de Sousa, depois de ter recebido o pedido de ajuda para o caso das duas meninas luso-brasileiras.

Ruela contou ter escrito a Nuno Rebelo de Sousa para perceber se as crianças viviam em Portugal ou fora do país. O filho do Presidente da República respondeu que viviam em São Paulo, mas que os pais teriam tudo preparado para viajar para Lisboa. Referiu que nunca teve o contato pessoal de Nuno Rebelo de Sousa.

Caso das gémeas. “Não houve qualquer tratamento de favor da parte da Presidência”

"Nunca tive nenhuma conversa, apenas falamos por email", referiu em resposta ao deputado do CDS, João Almeida.

Outra diligência que Ruela diz ter feito, foi a de perceber qual o tratamento que estes casos costumam ter, até porque nesse ano foi bastante mediático o caso da bebé Matilde.

Não falou com o Hospital de Santa Maria

A assessora revelou ainda que não contatou com ninguém do Hospital de Santa Maria. "A nossa convicção era de que as bebes teriam ficado na Estefânia. Desligue-me deste processo ao fim de dois dias", expressou.

Ruela afiança que "nem sequer sabia que elas tinham sido tratadas". "A ter sido contado algum hospital, teria de ser do Hospital da Estefânia", sublinha, mas não consegue precisar com quem terá sido.

Maria João Ruela diz que não tinha conhecimento pessoal do filho do Presidente da República, apenas o conhecia "profissionalmente", durante o 10 de junho que se realizou em São Paulo, no Brasil. De resto, "conhecia a figura dele, a fotografia dele", descreveu.

A ex-jornalista nega ainda ter prestado qualquer aconselhamento ao filho de Marcelo, o que foi sugerido pela deputada do PAN, Inês Sousa Real. "Estar a tratar de um caso e não perceber se as crianças que estavam em Portugal ou no Brasil... era uma resposta que eu precisava de ter", disse.

"Quem me podia dar [essa informação] era quem tinha feito o pedido, o Dr. Nuno Rebelo de Sousa. Não era objetivo dar nenhum aconselhamento", frisou.

A assessora explicou ainda, na intervenção inicial, que desde 2016 até ao final do ano passado, chegaram à assessoria dos assuntos sociais e comunidades portuguesas 32 mil 864 mensagens, entre cartas e emails. "Trata-se de convites, tomadas de posição, pedidos de ajuda, pedidos de audiência, ou simples desabafos", acrescentou.

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