Marine Le Pen ameaça derrubar o novo Governo francês hoje apresentado

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"Este governo de transição é a consequência do ninho de vespas criado com alianças não naturais estabelecidas nas eleições legislativas", afirmou a líder da extrema-direita francesa na sua conta da rede social X, referindo-se ao 'cordão sanitário' que a impediu de chegar ao poder nas eleições legislativas de 30 de junho e de 07 de julho.

Mesmo sem fixar uma data para o fim deste Governo - como poderia fazer se os seus deputados votassem a favor da moção de censura que a esquerda já prometeu - Le Pen disse que a sua formação política vai "continuar a preparar a grande alternativa para que a França se levante".

Os líderes dos partidos da coligação Nova Frente Popular (NFP), de esquerda, já anunciaram que apresentarão uma moção de censura ao novo Governo hoje apresentado.

O líder do movimento França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, denunciou que este "Governo dos perdedores das eleições legislativas está nas mãos do perturbador ministro do Interior", Bruno Retailleau, figura da extrema-direita do Partido Republicano, a formação de Barnier .

"Teremos de nos livrar dele o mais rapidamente possível", prometeu Mélenchon na rede social X.

No mesmo sentido, embora de forma menos abrupta, o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, descreveu o novo Governo como "reacionário".

Ainda mal tinha sido anunciada pelo secretário-geral do Eliseu, Alexis Kohler, na noite de hoje, a nova equipa governamental, composta por 39 membros, começou a ser contestada duramente pela oposição, da esquerda e da direita.

Para Jordan Bardella, um outro líder de extrema-direita, este novo Governo "representa o regresso do macronismo" e "não tem futuro".

No outro extremo, o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon - cujo movimento, França Insubmissa, faz parte da coligação maioritária de esquerda na Assembleia Nacional - apelou a que os franceses se "livrem o mais rapidamente possível" deste Governo.

O novo executivo foi "arrancado a ferros", após 15 dias de negociações lideradas pelo primeiro-ministro Michel Barnier, ele próprio nomeado após difíceis manobras políticas.

A esquerda tem vindo a denunciar que o resultado eleitoral está a ser deturpado e não poupa críticas às opções políticas de Macron, como o faz agora a eurodeputada de esquerda radical Manon Aubry, classificando a equipa de Barnier de estar refém dos interesses da extrema-direita.

Ambientalistas e ativistas da França Insubmissa já se manifestaram hoje em várias cidades de França a pedido de associações, organizações estudantis, ambientalistas e feministas, contra o governo Macron-Barnier e promete "aumentar a pressão popular".

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