Mas que Rayo...

2 meses atrás 62

Venha de lá a nova época. Em contagem decrescente para a estreia oficial, já dentro de uma semana perante o Maccabi Petah Tikva, o SC Braga apresentou-se aos adeptos, esta quinta-feira, com um empate frente ao Rayo Vallecano (2-2). A equipa orientada por Daniel Sousa deu muito bons sinais, sobretudo durante a primeira parte, mas não conseguiu segurar a vantagem.

Embora uma entrada em falso, com um golo relativamente madrugador da formação espanhola, a equipa bracarense esteve no controlo durante praticamente toda a etapa inaugural e operou a reviravolta com naturalidade. Gabri Martínez voltou a aguçar o apetite da nação bracarense e a ganhar créditos para arrancar a temporada como dono e senhor do flanco esquerdo do ataque.

Pressionar até quebrar

Já se percebem os traços que Daniel Sousa vai querer conferir ao novo SC Braga. Durante a primeira metade do duelo, sobretudo depois da cabeçada certeira de Pelayo Fernández (13'), a equipa arsenalista mostrou uma forte reação à perda da bola e uma pressão alta imponente e que castrou um Rayo que procurou sempre evitar o jogo direto.

Uma bola longa ou duas não teriam feito mal nenhum ao conjunto espanhol, constantemente colocado à prova na primeira fase de construção pelo coletivo bracarense. Não raras vezes se viu Rodrigo Zalazar - a intensidade que coloca nas ações e o grande raio de ação são fundamentais na estratégia - «saltar» metros para se aproximar dos homens da frente e condicionar a saída de bola adversária. Para que tal fosse possível, o uruguaio encontrou sempre respaldo em João Moutinho, que não se diminuiu perante a inferioridade numérica - muitas vezes em situação de 1v2 - e deu conta das coberturas.

Perante a facilidade em recuperar a bola em zonas adiantadas, era expectável que a equipa da casa fosse capaz de, cedo ou tarde, tirar dividendos. Assim foi: Zalazar recuperou em zona adiantada, a bola sobrou para Gabri Martínez e o extremo fez o resto (24'). O domínio acentuou-se, a luz do Rayo tornou-se cada vez menos intensa e a cambalhota no marcador surgiu, perto do intervalo, com uma finalização cerebral de Ricardo Horta, a passe  de Gabri e após boa jogada coletiva.

Balde de água fria a estragar a festa

Numa altura da temporada em que os índices físicos ainda estão longe da plenitude, a quebra na qualidade do jogo da primeira para a segunda metade foi por demais evidente. Os bracarenses foram menos pressionantes e o Rayo Vallecano aproveitou para voltar a ter mais bola e equilibrar a contenda.

Em dia de apresentação aos sócios, Daniel Sousa deu mais tempo de jogo ao que poderá ser o primeiro onze oficial do SC Braga 2024/25, mas fez questão de dar minutos a praticamente todos os jogadores - apenas Thiago Helguera - não foi utilizado e a dança das substituições também dificultou a manutenção do ritmo de jogo.

As duas equipas tiveram oportunidades, mas as melhores foram até para o conjunto espanhol. Gerard Gumbau a trave negar o empate antes de Amine El Ouazzani ter desperdiçado uma chance para dilatar. E perto do fim... o balde de água fria: Isi Palazón, Etienne Eto’o e Marco de las Sías desenharam a jogada e o último finalizou na cara de Tiago Sá (88'). Na cabeça de Simon Banza ainda esteve uma derradeira oportunidade para o SC Braga sair com a vitória, mas a defesa de Miguel Ángel Morro impediu a festa.

Apesar do resultado, as primeiras impressões dos minhotos são positivas. Daqui a uma semana é a doer e aí sim, não há margem para falhas.

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