Fernando Medina, ministro das Finanças do governo liderado por António Costa, foi à Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) a requerimento do grupo parlamentar do CDS-PP falar do tema quente dos últimos dias: o estado das finanças públicas, com trincheiras bem cavadas e com fogo pouco amigo trocado entre o atual e o anterior executivo.
Na base do requerimento dos centristas estava o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) no qual os técnicos da entidade parlamentar apresentavam as conclusões da sua análise ao “brilharete” obtido em 2023 no rácio de dívida pública. O País terminou o ano com um rácio de endividamento de 99,1%, abaixo da fasquia cabalística dos 100% pela primeira vez desde 2010. Um indicador cavalgado politicamente pelo PS em época de campanha eleitoral como prova de que o mantra das “contas certas” era mais do que um slogan. A UTAO discordou e caracterizou esta redução como “artificial” por depender da recompra de obrigações do Estado pelo próprio Estado.
Em mais um momento de combate político que tem encontrado no Parlamento um palco cada vez mais frequente, Medina ripostou. E chegou a vaticinar que, quando o Instituto Nacional de Estatística fechar as contas de 2023 em setembro, os valores inicialmente apresentados para o produto interno bruto e para o rácio da dívida vão ser ainda melhores do que o já avançado.