Médio Oriente: Israel invade e encerra redação da Al-Jazeera na Cisjordânia

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As forças israelitas invadiram a redação da Al-Jazeera na Cisjordânia e emitiram uma ordem de encerramento por 45 dias.

Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu speaks during a ceremony to show appreciation to the health sector for their contribution to the fight against the coronavirus disease (COVID-19), in Jerusalem June 6, 2021. REUTERS/Ronen Zvulun

A Al-Jazeera anunciou que as forças israelitas invadiram a redação em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, da estação de televisão do Qatar e emitiram uma ordem de encerramento por 45 dias.

“Há uma decisão judicial para fechar a Al Jazeera durante 45 dias”, disse no domingo um soldado israelita ao jornalista Walid al-Omari, informou a televisão, citando uma conversa que foi transmitida em direto no seu canal de língua árabe.

“Peço-vos que peguem em todas as vossas câmaras e saiam do escritório imediatamente”, acrescentou o soldado.

De acordo com imagens da Al-Jazeera, os militares das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) entraram nas instalações do canal de rosto coberto e fortemente armados.

A Al-Jazeera diz que não foi informada sobre o motivo da ordem de encerramento.

O canal disse que, durante a operação, os militares rasgaram um cartaz da jornalista Shireen Abu Akleh, assassinada em 2022 por um soldado israelita enquanto cobria um ataque das IDF na Cisjordânia.

As IDF não fizeram até ao momento qualquer comentário sobre a operação.

O Governo da Faixa de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, condenou veementemente a decisão de encerrar os escritórios da Al Jazeera em Ramallah, considerando-a como um “crime e uma clara violação do direito internacional”.

Num comunicado publicado na plataforma de mensagens Telegram, as autoridades afirmaram que a decisão reflete “a fraqueza e fragilidade da narrativa israelita face à verdade e aos factos no terreno”.

A declaração instou ainda os sindicatos de imprensa e as organizações de comunicação social a condenarem o ato e apelou aos jornalistas e aos média de todo o mundo para que se solidarizem com a Al-Jazeera em defesa da liberdade de imprensa.

Em 12 de setembro, o Governo israelita anunciou a retirada de acreditações aos jornalistas da Al-Jazeera, cujas emissões já tinham sido proibidas em inícios de maio por, alegadamente, violarem a segurança do Estado.

O diretor do gabinete de imprensa governamental, Nitzan Chen, disse que a Al-Jazeera “ultrapassou linhas vermelhas” desde o ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas a Israel, em que foram mortas 1.194 pessoas, na maioria civis, e sequestradas 251, e que serviu de detonador para a guerra desde então em curso na Faixa de Gaza.

A justiça de Israel aceitou em finais de julho um pedido do Governo para proibir as emissões da Al-Jazeera, acusando-a de levar a cabo uma “verdadeira violação da segurança do Estado”. A decisão do tribunal alegou que o conteúdo do canal tinha incitado a ataques terroristas.

O Governo israelita bloqueou o portal da Al-Jazeera na Internet, confiscou o seu equipamento e encerrou as suas instalações em Jerusalém no início de maio.

Fundada e financiada pela família real do Qatar, a Al-Jazeera é um dos canais com maior número de jornalistas na Faixa de Gaza.

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