"Seria absolutamente incompreensível que após uma viabilização na generalidade, o país assistisse na especialidade a uma espécie de conluio das oposições para virar o Orçamento do avesso ou tirar lhe medidas essenciais para a confiança e o crescimento", alertou Nuno Melo, que fez a intervenção em nome do Governo no encerramento do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
Na fase final do seu discurso, o líder do CDS-PP - partido que a par do PSD suporta o executivo liderado por Luís Montenegro - dirigiu-se às várias bancadas que já anunciaram o voto contra, em especial às da IL e Chega, - acusando-as de "uma espécie de oposicionismo patológico" -, e deixando um apelo ao PS, que se abstém na generalidade.
"O governo cedeu bastante para termos uma perspetiva de estabilidade; seria muito estranho ver destruir na especialidade, o que se construiu na generalidade. Fiel ao princípio da boa-fé, o Governo manterá as suas propostas que representam concessões em nome da estabilidade; esperamos do principal partido da oposição nada menos do que a mesma ética da responsabilidade", apelou.
As palavras mais duras do discurso de Nuno Melo dirigiram-se à bancada do Chega, dizendo que este partido vota contra o documento porque "nunca teve intenção de votar a favor" e em que "tudo é plasticina, encenado, simulado e panfletário".
"Por vontade do Chega, que votará contra, os polícias ficavam pior, os guardas ficavam pior, os militares ficavam pior. Quem trai os polícias e as forças de segurança é quem vota contra para que eles fiquem pior", acusou, entre protestos da bancada do partido liderado por André Ventura.
Leia Também: PSD acusa Ventura de manobra deplorável com subsídios de morte e funeral