Mercado imobiliário registou um abrandamento em 2023

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O relatório da consultora Cushman &Wakefield, revelou que em 2023 houve uma queda homóloga de 59% da ocupação no mercado de escritórios da zona de Lisboa, no entanto o Porto mostrou alguma resiliência, tendo registado uma quebra homóloga da absorção de 14%.

A Cushman &Wakefield (C&W), uma consultora de serviços imobiliários, apresentou a publicação semestral que resume a atividade do mercado imobiliário nacional em 2023, tendo concluído que o mercado registou um abrandamento juntamente com as principais economias europeias.

Eric van Leuven, Diretor Geral da consultora em Portugal, afirma que “efetivamente, ocorreram quebras significativas na atividade de investimento imobiliário comercial, assim como no mercado ocupacional, particularmente no setor de escritórios na Grande Lisboa, onde se atingiu o valor mais baixo de absorção da última década. Ainda assim, houve setores a demonstrar uma evolução positiva, nomeadamente retalho, que registou uma retoma moderada, e hotelaria, com aumentos transversais para valores acima dos registados em 2019”.

O relatório revela que em 2023 houve uma queda homóloga de 59% da ocupação no mercado de escritórios da zona de Lisboa, no entanto o Porto mostrou alguma resiliência, tendo registado uma quebra homóloga da absorção de 14%. Este ano é esperado que as rendas estabilizem em todas as zonas, depois de terem regista uma acentuada subida.

O sector do retalho manteve uma tendência de recuperação em 2023, tendo a procura de retalho agregada pela C&W registado 600 novas aberturas. Para este ano a consultora perspetiva que regressem as lojas pop-up como ferramenta de marketing, e o conceito athleisure, que combina desporto e lazer, vai ser cada vez mais procurado pelos consumidores.

No ano passado o sector industrial e logística registou uma quebra de 22%, com Lisboa a ter uma taxa de desocupação no mercado logístico de 4,2%. No entanto, para 2024 o relatório prevê que se verifique um enfoque na otimização dos custos de operação, com as “empresas a concluírem que o upgrade para novos espaços logísticos é mais eficiente do ponto de vista operacional, ao mesmo tempo que consolidam a sua operação, garantido espaço de forma antecipada”.

A hotelaria consolidou a recuperação da atividade turística no país em 2023. Durante o ano passado foram inauguradas mais de 50 novas unidades hoteleiras, o que corresponde a um total de 3.340 quartos. As perspetivas para 2024 é que a hotelaria se continue a estabelecer enquanto classe base de investimento, com diversidade de conceitos e modelos de negócios para atrair investidores.

A nível residencial, em 2023 verificou-se uma quebra de 20% no número de apartamentos vendidos em Portugal, principalmente devido às elevadas taxas de juro. Já o arrendamento, manteve um desequilíbrio entre a oferta e a procura, com uma quebra de 38% no número de apartamentos arrendados a nível nacional.

Perspetiva-se que para este ano a procura se mantenha acima da oferta de casas para venda. Caso o programa mais habitação falhe na implementação de medidas pode causar o estrangulamento do mercado. No entanto, o fim dos benefícios fiscais para residentes não habituais pode ajudar a que haja uma quebra da procura.

O mercado de arrendamento vai continuar a contrair, com o excessivo impacto fiscal e desadequado quadro legal a continuarem a inviabilizar a promoção de raiz de produtos específicos para arrendamento para o segmento médio.

“Para 2024, antecipa-se uma evolução distinta ao longo do ano e influenciada pelas expetativas de redução das taxas de juro de referência pelo BCE na primavera – com o primeiro semestre a ser ainda caracterizado por alguma estagnação, seguido de uma retoma gradual no segundo semestre”, sublinha o Diretor Geral da consultora em Portugal.

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