Migrações. Chegadas a Espanha mais do que triplicaram devido às Canárias

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Entre 01 de janeiro e 15 de abril, chegaram às costas de Espanha, tanto no mediterrâneo como no atlântico (neste caso, as Canárias), 16.621 migrantes em 394 "pateras", que comparam com 4.940 pessoas e 276 embarcações no mesmo período do ano passado, revelou o Ministério da Administração Interna.

A maior parte destes migrantes e destas 'pateras' chegaram às Canárias: 14.030 pessoas em 211 embarcações. No ano passado, tinham sido 2.376 e 56, respetivamente.

Apesar deste aumento dos números nas Canárias entre 01 de janeiro e 15 de abril, as estatísticas oficiais revelam que as chegadas de migrantes e "pateras" a estas ilhas caíram durante o mês de março e na primeira quinzena de abril.

Assim, o arquipélago acolheu 11.932 migrantes em janeiro e fevereiro; 1.183 em março e 915 nos primeiros quinze dias de abril.

Espanha está a lidar com um pico inédito de chegadas de migrantes de forma irregular às Canárias, sobretudo desde meados do ano passado.

O ministro da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska, tinha dito há um mês que estava "a suavizar-se" a chegada de embarcações e migrantes às Canárias e sublinhou que, nos últimos meses, foram reforçados meios de resposta nas ilhas e intensificadas as medidas de cooperação com a Mauritânia, de onde saem mais de 80% das "pateras" que chegam às costas e águas do arquipélago.

O Governo espanhol atribui, sobretudo, à instabilidade na região do Sahel o aumento de chegadas de migrantes.

Em 08 de fevereiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, foram à Mauritânia, onde anunciaram ajudas de centenas de milhões de euros ao país africano, para gestão de fluxos migratórios e apoio a refugiados, entre outros objetivos.

A presidente da Comissão lembrou a "situação muito precária" que vive a região do Sahel, com golpes de Estado e violência nos países vizinhos da Mauritânia, que assume "um papel primordial" na garantia da estabilidade nesta zona.

A Mauritânia, sublinhou, além de ser um país de origem de fluxos migratórios para a Europa, está também a acolher centenas de milhares de pessoas de outros Estados próximos, como o Mali, que fogem da violência.

Espanha é um dos países da UE que lida diretamente com maior número de chegadas de migrantes em situação irregular que pretendem entrar em território europeu.

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