Milhares de pessoas voltam às ruas na Geórgia contra lei dos agentes estrangeiros

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Segundo a agência France Presse (AFP), que acompanhou os protestos, o número de manifestantes diminuiu em comparação com as noites anteriores, quando dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas.

A manifestação de quarta-feira foi dispersada pela polícia usando gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Hoje, os manifestantes reuniram-se em frente ao Paragraph Hotel, propriedade da empresa do oligarca e ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili, onde decorre um fórum do Banco Asiático de Desenvolvimento, com a participação de membros do governo georgiano.

Os manifestantes dirigiram-se depois para a sede do partido no poder, Sonho Georgiano.

Nos protestos, os manifestantes gritavam "Não nos vamos cansar!", "A Geórgia vai vencer!" e "Não ao governo russo!", com o Sonho Georgiano e os seus ministros a serem acusados ??de fazerem o jogo de Moscovo.

A legislação que desencadeou o movimento de protesto é inspirada numa lei utilizada durante anos pelo Kremlin para suprimir vozes dissidentes.

"Vamos à sede do Sonho Georgiano para pedir que libertem os jovens detidos nos últimos dias e para que abandonem a lei russa", disse à AFP o manifestante Data Nadaraia, estudante de 24 anos em Tbilissi.

Uma pessoa foi hoje presa pela polícia e outras 23 no dia anterior, segundo o Ministério do Interior.

O projeto de lei sobre "influência estrangeira", também conhecido como lei dos agentes estrangeiros, aprovado na quarta-feira em segunda leitura pelo parlamento, prevê que qualquer organização não-governamental ou instituição de comunicação social que receba mais de 20% do seu financiamento do exterior se registe como uma "organização que segue os interesses de uma potência estrangeira".

Este texto foi criticado pela ONU, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que a Geórgia aspira integrar.

O Governo alega, por sua vez, que esta medida visa obrigar as organizações a demonstrarem maior transparência no que diz respeito ao seu financiamento.

Uma primeira versão do texto foi abandonada no ano passado, após protestos de rua em grande escala.

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