Milhares de recrutas do "exército popular" dos Hutis desfilam em Saná

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Vários apoiantes do grupo exibiram lança-granadas RPG, metralhadoras e espingardas AK-47 enquanto marchavam por uma estrada localizada frente às embaixadas, agora encerradas, do Reino Unido, Oman e Qatar, na periferia leste de Saná, numa marcha que os organizadores dizem ter mobilizado três mil pessoas.

Alguns dos elementos carregavam uma grande bandeira com a imagem do navio "Galaxy Leader" capturado pelas forças Huthis, apoiadas pelo Irão, enquanto outros seguravam uma bandeira do líder do Hezbollah no Líbano, Hasan Nasrallah, e do líder Huthi, Abdulmalik al Huti. Na estrada foram pintadas frases como "América é o Grande Satã" e "Oh América ... Morte, morte".

À agência EFE os organizadores divulgaram a presença de 3.000 pessoas na marcha, a mais recente de várias realizadas nas últimas semanas na capital e em outras províncias sob controlo dos Huthis.

As mesmas fontes indicaram que os desfiles visam demonstrar a popularidade do grupo entre a população civil e a vontade dos seus seguidores de lutar.

Numa maior escala, o objetivo é mostrar a sua determinação em desafiar os Estados Unidos e o Reino Unido, que lideraram os ataques aéreos contra alvos das milícias iemenitas em resposta aos assaltos dos rebeldes a navios comerciais no Mar Vermelho.

Os Huthis têm afirmado que os seus ataques têm como objetivo pressionar Israel para parar a sua ofensiva em Gaza e ali permitir a entrada de alimentos e medicamentos.

O chefe tribal Huthi responsável pela campanha de mobilização, Dhaifullah Rassam, afirmou à EFE que milhares de pessoas estão a chegar aos campos de treino.

"Os iemitas estão a acorrer em massa aos cursos de preparação militar e a cada dia o número de voluntários está a aumentar", garantiu Rassam, que indicou que os desfiles como o de hoje servem para demonstrar ao "inimigo" que se preparam para uma "grande batalha".

"Não só para defender o Iémen, mas para defender a 'ummah' (nação, em árabe) e libertar os grilhões dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Israel desta pura terra árabe e libertar os lugares sagrados com a permissão de Alá", concluiu.

Os Huthis, apoiados pelo Irão, que controlam desde 2015 a capital iemenita, Saná, e outras zonas do norte e oeste do país, lançaram vários ataques contra navios com alguma ligação a Israel, na sequência da ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza, iniciada após ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a 07 de outubro de 2023.

Os ataques de outubro resultaram na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados de autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, e lançou uma ofensiva que deixou mais de 27.500 mortos no território palestiniano, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, um movimento classificado como terrorista pela União Europeia e pelos EUA.

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