Milhões, acordos e garantias: Dia em cheio para Zelensky. Rússia ameaça

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O G7 alcançou um acordo provisório para conceder à Ucrânia um empréstimo de cerca de 46.000 milhões de euros. O valor será financiado com juros gerados pelos ativos do banco central russo congelados na União Europeia (UE).

acordo provisório foi alcançado pelos negociadores dos países do bloco - conhecidos como 'sherpas' -, na manhã de quinta-feira. Depois disso, ficou em standbye à espera de ser  aprovado formalmente por cada um dos líderes. Algo que não demorou muito a acontecer. 

A primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, cujo país assume a presidência rotativa do grupo dos sete países mais ricos do mundo, foi quem confirmou o acordo.

"Confirmo que chegámos a um acordo político para fornecer apoio financeiro adicional à Ucrânia", disse Meloni numa declaração oficial no final do primeiro dia da reunião dos líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia).

A reação mais esperada, como seria de esperar, era do principal rosto da resistência ucraniana, Volodymyr Zelensky, que nas redes sociais congratulou-se com a boa nova.

"Apoio inequívoco à Ucrânia, ao direito internacional e a uma paz justa. Todos os dias reforçamos as nossas posições e a nossa defesa da vida. Cada reunião serve o objetivo de dar à Ucrânia novas oportunidades de vitória. Estou grato a todos os nossos parceiros", escreveu.

G7 Summit. Clear support for Ukraine, international law, and a just peace.

Every day we strengthen our positions and our defense of life.

Every meeting serves the purpose of giving Ukraine new opportunities for victory. I am grateful to all of our partners.

🇪🇺 🇺🇦 🇩🇪 🇨🇦 🇫🇷 🇮🇹… pic.twitter.com/rGtWgqqtM5

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) June 13, 2024

Reações internacionais

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou, por seu turno, que este apoio é uma "sinal forte à Ucrânia" no conflito com a Rússia e garantiu que "vamos apoiar Kyiv na sua luta pela liberdade durante o tempo que for necessário".

Já o alemão Olaf Scholz deixou um recado a Vladimir Putin considerando que este apoio é uma prova inequívoca de que a UE está empenhada no seu apoio à Ucrânia e em fazer frente à Rússia.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, elogiou o acordo, mas defendeu a necessidade de fundos específicos para apoio militar.

"A NATO propõe um compromisso financeiro mínimo de 40 mil milhões de euros por ano, centrado exclusivamente no apoio militar, o que permitirá manter o nível de apoio mútuo que temos prestado até agora", afirmou Stoltenberg, acrescentando que essa solução proporcionará "previsibilidade e maior responsabilidade", uma vez que tem havido casos em que os aliados assumem compromissos e depois não os cumprem.

Do Japão e dos EUA também vieram boas notícias

No mesmo dia, também o Japão acordou financiar a Ucrânia em 4.500 milhões de dólares (cerca de 4.173 milhões de euros) este ano, no âmbito de um acordo sobre segurança e cooperação bilateral assinado entre os dois países.

Notícias ao MinutoZelensky com o primeiro-ministro do Japão© Getty Images/Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu  

Este é o primeiro acordo que a Ucrânia assina com um parceiro fora da Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e foi assinado à margem da cimeira do G7.
 
"O documento estabelece as principais orientações do apoio, a longo prazo, do Japão, no domínio da segurança e defesa, ajuda humanitária, recuperação e reconstrução", segundo uma nota da Presidência ucraniana.

Também à margem da cimeira, os Estados Unidos assinaram um acordo de segurança por dez anos com a Ucrânia. compromete os Estados Unidos a realizar consultas ao mais alto nível com Kyiv no prazo de 24 horas se a Ucrânia for novamente atacada no futuro, para "determinar os próximos passos e as necessidades adicionais de defesa".

Notícias ao MinutoZelensky e Biden© Getty Images/Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu  

O dia não acabou sem que o presidente ucraniano recebesse, ainda, garantias da China. Segundo anunciou o próprio, o seu homólogo chinês, Xi Jinping, garantiu-lhe que Pequim não venderá armas à Rússia, um reconhecido aliado chinês.

"Veremos. Deu-me a sua palavra", afirmou Zelensky.

Ameaça russa contra Bruxelas

Ao final da noite, a Rússia ameaçou a União Europeia (UE) com medidas "extremamente dolorosas", após o acordo do G7 sobre um empréstimo à Ucrânia a ser financiado pelos juros dos bens do Banco Central russo congelados em território comunitário.

"Na Rússia, existem propriedades e bens europeus suficientes, e a inevitável retaliação russa será extremamente dolorosa para Bruxelas", advertiu a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, acrescentando, ainda, que "destinar fundos, na prática, roubados à Rússia para a aventura militar do regime de Kyiv e dos seus patrocinadores é criminoso e cínico".

O empréstimo, no valor de cerca de 46 mil milhões de euros, chegará à Ucrânia antes do final deste ano.

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