Militares da SADC entregam armas "capturadas dos terroristas"

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A Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, na sigla inglesa) entregou hoje às autoridades moçambicanas diverso material bélico que capturou dos terroristas na província de Cabo Delgado, norte do país.

"Estas armas foram capturadas dos terroristas pela SAMIM, FADM [Forças Armadas de Defesa de Moçambique] e forças bilaterais [do Ruanda]", disse o comandante daquela força, o major-general sul-africano Patrick Dube, falando no ato de entrega formal do equipamento bélico.

O material, em quantidade não especificada, foi capturado entre 2021 e 2024 em várias ações de combate aos grupos armados que protagonizam ataques em Cabo Delgado, nas operações "Leopardo, Búfalo, Vulcano", entre outras, avançou Dube.

"É importante informar que foi resultado de sangue e lágrimas e com um preço muito alto (...). O sangue e vidas perdidas não foram em vão. Este sangue e vidas vão gerar fruto para uma paz duradoura na região" da África Austral, acrescentou.

O material inclui armas, balas, morteiros, canhões, rádios de telecomunicações e câmaras de segurança.

Patrick Dube referiu que este ato se realizou no âmbito do fim da SAMIM em Cabo Delgado, que resultou de "recomendações da SADC e da troca de informações" com as autoridades moçambicanas.

A SAMIM está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em agosto de 2023, a SADC aprovou o prolongamento por mais 12 meses, até julho deste ano, prevendo um plano de retirada progressiva.

A missão compreende tropas de oito países da SADC "trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado".

Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

A população de outros distritos da província tem relatado a movimentação destes grupos de insurgentes, que provocam o pânico à sua passagem, nas matas, mas sem registo de confrontos, o que acontece numa altura em que os camponeses tentam realizar trabalhos de colheita nos campos de cultivo.

O Presidente de Moçambique afirmou em 16 de junho que a ação das várias forças de defesa permitiu acabar com "praticamente todas" as bases dos grupos terroristas que operam em Cabo Delgado, que se limitam agora a "andar no mato".

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