Militares russos vão continuar nas fronteiras arménias com Turquia e Irão

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"A pedido da Arménia, os nossos guardas de fronteira permanecerão na fronteira entre a Turquia e a Arménia e entre a Arménia e o Irão e continuarão a desempenhar as suas funções", disse Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias russa independente Interfax.

O acordo foi alcançado na quarta-feira à noite entre Putin e Pashinyan durante uma reunião que realizaram no Kremlin (sede da presidência russa) após a cimeira da União Económica Eurasiática.

Peskov confirmou ainda que os militares russos abandonarão outras regiões arménias, onde estão desde o segundo semestre de 2020 devido ao conflito desencadeado pela disputa do enclave de Nagorno-Karabakh, agora território sob controlo do Azerbaijão.

"Pashinyan disse que atualmente, porque as condições mudaram, essa necessidade [de lá manter militares russos] já não existe. O Presidente Putin concordou e a retirada dos militares foi acordada", explicou o porta-voz russo.

A saída destes soldados de cinco regiões do país caucasiano tinha sido antecipada horas antes pelo partido no poder na Arménia.

Isto acontece depois de, há algumas semanas, arménios e azeris terem alcançado o primeiro acordo sobre a delimitação da sua fronteira.

Assinado em 20 de abril, o acordo delimita a fronteira norte através da região norte-oriental de Tavush, debaixo de controlo arménio desde os anos 1990 e, em consonância com a Declaração de Alma-Ata (atualmente Almaty, no Cazaquistão) de dezembro de 1991, que certificou a dissolução soviética e o advento de 15 novas repúblicas independentes, o Azerbaijão recupera o controlo de quatro localidades.

Azeris e arménios levaram anos a tentar delimitar os seus mais de mil quilómetros de fronteira.

Recentemente, Pashinyan anunciou que os guardas de fronteira russos destacados para o aeroporto de Zvartnots, em Erevan, em 1991, também se retirarão até 01 de agosto.

Após a queda da União Soviética, a Arménia entrou numa guerra com o Azerbaijão pelo controlo de Nagorno-Karabakh, deixando de garantir a segurança das suas fronteiras, pelo que, em 1992, assinou um acordo com a Rússia sobre o "Estatuto dos Guardas Fronteiriços da Federação Russa na República da Arménia".

A Rússia, que mantém relações estreitas com o Azerbaijão, também tem a sua principal base militar no sul do Cáucaso, na Arménia.

A notícia da retirada de forças russas surge num momento de grande tensão entre a Rússia e a Arménia, que congelou a sua participação na aliança militar pós-soviética (OTSC) devido à sua inação face às incursões das tropas do Azerbaijão em território soberano arménio.

Na sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arménia, Ararat Mirzoyan, e do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, vão reunir-se, na cidade cazaque de Almaty, para tentar fazer avançar o processo de paz entre os dois países.

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