Mineiro Aires pede a políticos que "não deitem ao lixo" trabalho da comissão sobre novo aeroporto

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O presidente da comissão de acompanhamento da comissão técnica independente, que recomenda Alcochete como a melhor localização para o novo aeroporto de Lisboa, não quer acreditar que os políticos ignorem o trabalho que já foi feito.

Na terça-feira, Luís Montenegro anunciou a criação de um grupo de trabalho para analisar esta questão.

Ouvido no Fórum TSF, Carlos Mineiro Alves sublinha que a decisão definitiva cabe aos políticos, mas pede que o trabalho da comissão não seja ignorado.

"Eu não vejo mal nenhum ao mundo que durante este período o doutor Luís Montenegro crie a tal comissão para ir olhar para o relatório, uma vez que, obviamente, os políticos não têm de ter conhecimento e competências em todas as áreas. Mas se isto é para deitar para o lixo, depois de um investimento e de um esforço tão grande, e voltarmos à estaca zero e começarmos outra vez a estudar outra coisa, não, não vão por aí. Isso é descredibilizar os técnicos, descredibilizar quem sabe dos assuntos e desconsiderar os mais de 140 mil portugueses que têm seguido o site e têm participado ativamente. Há que ter alguma consideração em relação a essas pessoas", avisa.

O presidente da ANA Aeroportos, José Luís Arnaut, defendeu, na terça-feira, em declarações à CNN Portugal, que o Montijo continua a ser a melhor opção e criticou a construção do aeroporto de Alcochete e a existência de quatro pistas.

Carlos Mineiro Aires condena as palavras de José Luís Arnaut.

"Em lado nenhum do relatório está escrito que vai ser um aeroporto de quatro pistas. Não sei onde é que isso foi encontrado", garante, explicando que a ideia é começar por uma pista, passar para duas "para quando ficar o aeroporto único" e, "eventualmente num futuro muito remoto", uma terceira pista.

"Tomáramos nós ter duas, quando mais quatro. Quatro é um horizonte imaginativo que não está escrito em lado", acrescenta.

A partir desta quarta-feira e até 19 de janeiro de 2024, o relatório preliminar da comissão técnica independente vai estar em consulta pública.

Esta manhã, fonte oficial da ANA Aeroportos reafirmou à TSF a total disponibilidade da empresa para ser parte ativa na construção do novo aeroporto de Lisboa, mas sempre dentro dos limites orçamentais que constam do contrato de concessão.

Campo de Tiro de Alcochete e Vendas Novas, em Évora, são as duas opções identificadas pela comissão técnica independente como viáveis para um novo aeroporto, juntamente com Humberto Delgado até ser possível passar para infraestrutura única.

De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com o mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.

Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como 'hub' foram classificadas como "inviáveis para um 'hub' intercontinental", por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras "devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea".

Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único "não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)", apontou a CTI.

O relatório entrará em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo findo o qual a CTI, após avaliar "a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão", fará então o relatório final.

Com a elaboração deste relatório final ficará concluído o mandato da CTI.

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