"Porque não unidades patrimoniais territoriais instaladas nas estruturas que são tuteladas pelo Ministério da Cultura e que agora ficaram ao abandono e em total desproteção?", disse Dalila Rodrigues, numa audição parlamentar.
Dalila Rodrigues esteve na Assembleia da República na primeira audição parlamentar enquanto ministra da Cultura, no seguimento de requerimentos apresentados pelo Chega, sobre a eventual devolução de obras de arte às ex-colónias portuguesas, e pelo PS, sobre as exonerações e nomeações de responsáveis pelo património cultural.
Sobre a área do Património, a historiadora Dalila Rodrigues adjetivou várias vezes de "desastrosa" a reforma encetada pelo seu antecessor, Pedro Adão e Silva, ao ter extinguido a Direção-Geral do Património Cultural e ter criado duas novas estruturas - a empresa Museus e Monumentos de Portugal e o instituto público Património Cultural -- com uma redistribuição de competências e de gestão de equipamentos culturais.
"A reforma tem de ser revertida no que respeita ao desaparecimento do Ministério da Cultura do território nacional e isso vai verificar-se a breve prazo, quando for possível enquadrar uma das metas do programa do Governo, a necessidade de refundar a estrutura orgânica e territorial do Ministério da Cultura. É fundamental garantir a sua presença", disse Dalila Rodrigues.
Em causa está ainda a extinção das Direções-Regionais de Cultura (DRC) e a redistribuição de competências para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
"Nunca regresso ao passado [às DRC], mas é fundamental a garantia do Ministério da Cultura" no território, através dos "monumentos, catedrais, castelos, palácios, sítios arqueológicos. E se essa realidade patrimonial ficou completamente desprotegida e desamparada no âmbito desta reforma, também é importante que o ministério pode reposicionar-se a partir dessa rede", disse.