Ministra da Saúde defende "reorganização da obstetrícia"

1 mes atrás 54

Urgências de obstetrícia

19 ago, 2024 - 14:14 • Jaime Dantas com Redação

À margem de uma visita ao centro de atendimento clínico do Porto, Ana Paula Martins reconhece que as reformas podem desiludir os autarcas, mas garante que "o timing é aquele a que o Serviço Nacional de Saúde chegou".

"A reorganização da obstetrícia tem de ser feita", defendeu esta segunda-feira a ministra da Saúde, à margem da inauguração do Centro de Atendimento Clínico (CAC) do Porto.

É a primeira vez que Ana Paula Martins admite a concentração dos serviços de obstetrícia, uma semana depois da mesma ideia ser posta em cima da mesa pelo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida.

A governante diz que é mesmo isso que vai fazer caso seja esse o "entendimento da Comissão Independente para o acompanhamento do Plano de Urgência para a Saúde". E garante que as eleições das autárquicas - que acontecem no próximo ano - não vão impedir que sejam tomadas as medidas.

"O timing é aquele a que chegamos, com um Serviço Nacional de Saúde que neste momento tem apenas 40% dos obstetras ao seu serviço, por isso é um momento, não há outro momento [para tomar medidas]", sublinhou Ana Paula Martins.

Ainda assim, a responsável pela pasta da Saúde garante que "sempre houve abertura" para dialogar com os autarcas e relembra a "transferência de competências que aceitaram com bastante energia".

Centro clínico da Prelada pode atender 200 doentes por dia

No dia em que começa a funcionar o Centro de Atendimento Clínico (CAC) do Porto - que está localizado no Hospital da Prelada e faz parte do plano de emergência para a saúde - António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, explicou à Renascença como é que funciona a nova unidade.

Os utentes considerados não urgentes - pulseira verde e azul – passam a ser encaminhados para esta unidade de saúde através da triagem, “que é feita ou pelo SNS24 ou pelo Hospital Santo António e São João”.

Este “é um sistema gradativo” que se propõe a aliviar a pressão das urgências do Serviço Nacional de Saúde, sublinha.

O provedor explica ainda que esta nova unidade de saúde tem a capacidade de receber “200 doentes por dia e pode crescer até aos 350”.

Admite que “se for a intenção do Ministério”, existe possibilidade de “alargar a zona geográfica de intervenção” do CAC. Segundo António Tavares, esta nova unidade de saúde tem tudo “a funcionar e sem dificuldade nenhuma”.

O Centro de Atendimento Clínico do Porto vai funcionar entre as 8h00 e as 00h00, com possibilidade de extensão até à 1h00 da madrugada.

Destaques V+

Ler artigo completo