Ministro ultraortodoxo israelita pede "mais colonatos" na Cisjordânia

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De acordo com o direito internacional, qualquer colonização em território militarmente ocupado é considerada ilegal, como é o caso da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, mas de acordo com a lei israelita a maioria dos colonatos nesta zona está legalizada, embora o movimento de colonos também se instale nesta zona sem autorização prévia, como é o caso dos chamados postos avançados.

"Durante muitos anos, disseram-nos que os colonatos e os postos avançados são o obstáculo no caminho para a paz e difamaram os colonos", afirmou Goldknopf, acrescentando que a resposta de Israel aos ataques do Hamas de 07 de outubro "deve ser a colonização da maior parte do território".

Na visita a Eviatar, com a ministra dos Colonatos, o dirigente do Judaísmo da Tora Unida apoiou igualmente a ideia de restabelecer os colonatos judeus na Faixa de Gaza, uma vez terminada a ofensiva israelita no enclave, algo também defendido por alguns dos ministros ultraconservadores, como o ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, o colono atualmente responsável pela gestão dos colonatos na Cisjordânia.

A ONG israelita Peace Now denunciou recentemente que os seus relatórios indicam que Israel está a tirar partido da guerra em Gaza para expandir os colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada e "acelerar os processos de anexação" dos territórios palestinianos com o objetivo de anular a solução de dois Estados.

Desde o início da guerra, Israel aprovou o estabelecimento de cinco grandes colonatos, legalizou três postos avançados adicionais e reconheceu 70 postos avançados como elegíveis para financiamento e infraestruturas governamentais, informa a Peace Now.

Além disso, o Governo atribuiu recursos para pavimentar dezenas de quilómetros de estradas em territórios palestinianos, avançou com planos para 8.721 unidades habitacionais de colonatos e declarou mais de 2.400 hectares da Cisjordânia como "terra do Estado".

A ofensiva israelita em Gaza também teve impacto na Cisjordânia ocupada, que vive a maior escalada de violência desde a Segunda Intifada (2000-05), e até agora, em 2024, pelo menos 253 palestinianos foram mortos por fogo israelita, a maioria dos quais alegados milicianos ou atacantes, mas também civis, incluindo cerca de 47 menores, segundo o balanço da EFE, depois de 2023 ter fechado como o ano com mais mortes em duas décadas, cerca de 520.

O Exército israelita intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia ocupada após o ataque do Hamas de 07 de outubro e, desde então, pelo menos 594 palestinianos foram mortos em incidentes violentos com Israel - incluindo pelo menos 143 menores - principalmente com tropas israelitas.

Do lado israelita, 18 pessoas foram mortas em 2024: 11 militares e sete civis, cinco dos quais colonos.

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