Mistério no Panamá depois de troca de criança por uma boneca num funeral

9 meses atrás 93

No início de dezembro, no Panamá, uma avó descobriu durante o funeral da sua neta que o que estava no caixão era uma boneca, e não a criança, o que desencadeou uma trama de intrigas e mentiras que terminou esta sexta-feira, quando o Ministério Público concluiu que a criança nunca existiu.

Esta história confusa envolve uma mulher casada, segundo a imprensa local, que tinha um relacionamento com um jovem do oeste do Panamá, e que disse que estava grávida dele, dando à luz uma menina, na capital, que morreu pouco depois.

"Após a realização de múltiplos processos judiciais, ficou estabelecido que não há, até ao momento, nenhum registo de nascimento de uma criança que se refira à suposta personificação de uma boneca, que foi colocada dentro de um caixão para um suposto funeral no distrito de Bugaba", disse sexta-feira a primeira procuradora da província de Chiriquí, Melissa Isabel Navarro.

A fotografia da boneca de cabelos pretos, vestida de branco, dentro de um pequeno caixão branco tornou-se viral no Panamá.

Segundo a história contada pela mulher, a menina nasceu no dia 10 de outubro e morreu três dias depois. Mas o corpo só pôde ser transferido para Bugaba, setor do oeste do país localizado a mais de 460 quilómetros da capital, no início de dezembro devido aos protestos anti-mineração que afetaram a mobilidade no Panamá entre outubro e novembro.

Quando a menina estava a ser sepultada, a avó pediu para vê-la, pois nunca a tinha conhecido, e quando abriu o caixão e olhou atentamente para o rosto percebeu que "não era um bebé normal" e que era uma boneca, disse o suposto pai à imprensa local.

A família do jovem e suposto pai denunciou o caso também porque as certidões de nascimento e de óbito eram falsas.

Isto levou o próprio tribunal eleitoral, entidade responsável pela identificação no Panamá, a também apresentar queixa ao Ministério Público pelo crime de falsificação de documentos.

Algumas fotos da suposta grávida após dar à luz no Hospital Santo Tomás, localizado na capital, revelaram-se uma montagem, conforme publicado na última quarta-feira pelo jornal La Prensa.

O Ministério Público informou esta sexta-feira que através de inspeções visuais, laudos periciais, entrevistas e outros procedimentos, ficou estabelecido "que o referido parto não ocorreu no Hospital Santo Tomás".

"Foi possível comprovar, com a documentação fornecida pelo médico indicado como suposto tratamento do estado de gravidez, que nenhum atendimento médico foi prestado à mulher denunciada. A mulher indicou que deu à luz neste hospital e não é um fato verdadeiro", disse a procuradora.

Um comunicado oficial acrescenta que a procuradoria anticorrupção está a realizar outras investigações com base na documentação fornecida na denúncia, a fim de "recolher tantos elementos de condenação quantos forem suficientes para estabelecer a figura criminosa neste caso e que acabarão por ser apresentado ao juiz de garantias".

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